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PRIMEIRO DE DEZEMBRO....
NO DIA SEGUINTE...
A VIRADA CONTINUA
Tudo
começou na quarta feira, 1/12/1999. A seca em Itu era tal, que
havia racionamento de água, sobretudo no centro da cidade. Arcílio
Bragagnolo, Diretor de Meio Ambiente da Prefeitura e membro do Partido
Verde, telefonou a Juljan Czapski, presidente da AIPA e proprietário
da Fazenda São Miguel. Pediu a abertura da comporta da represa
que fica na fazenda, visando liberar água para o bairro Cidade
Nova . Como resposta, foi informado de que, devido ao tipo de construção,
seria impossível abri-la. A Prefeitura poderia tentar, desde que
trouxesse uma carta responsabilizando-se por danos físicos ou ambientais
decorrentes da tarefa.
Em vez da carta, na quinta-feira 2/12, o Diretor de Meio Ambiente compareceu acompanhado da Curadora do Meio Ambiente, Dra Vânia Tuglio, de representantes do Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado (DAEE), e equipe de reportagem da TV Aliança Paulista (TV Globo, em Sorocaba). E, em vez de abrirem a comporta, a AIPA recebeu duas autuações, divulgadas para a TV. Uma delas, condenando a Associação por suposta captação subterrânea através de poço tubular profundo, sem outorga e direito de uso. A segunda, com multa de quase R$ 1,700,00, apontando a associação como autora de "barramento em curso d'água" sem outorga e direito de uso, e exigindo que "o usuário mantenha à jusante uma vazão mínima de 42,41 litros de água". NO DIA SEGUINTE... No dia seguinte, a AIPA começou a derrubar todas as acusações, levando os seguintes fatos, documentados, ao DAEE e à imprensa da região:
![]() A VIRADA CONTINUA O engenheiro Renato Alves da Silva, do DAEE em Sorocaba, examinou os documentos apresentados em 3/12, concordando com a impossibilidade técnica de aumentar a vazão do açude. Mas manteve a exigência de outorga do direito do uso de água da Fazenda São Miguel. No mesmo dia, a TV Aliança Paulista realizou nova reportagem, apresentando documentos que provavam a inconsistência das denúncias. Poucos dias após, um engenheiro especializado mediu a vazão de água do açude. Surpresa! Estava errada a medida, feita com baldes pelo Diretor do Meio Ambiente da Prefeitura, em 2/12. Em vez de cerca de 12 litros por segundo, a vazão constatada superava os 55 litros por segundo, mais de que o exigido na autuação. A estiagem continuava. Por isso, em 22 de dezembro, os bombeiros voltaram à Fazenda São Miguel com o representante da Prefeitura, para abrir parcialmente a comporta, desta vez com a solicitada carta assumindo eventuais prejuízos ambientais e pessoais. Confirmando os avisos de 1/12, os bombeiros falaram que não daria para abri-la. "Eu elogiei a saída que propuseram: a Prefeitura instalaria, no dia seguinte, um sifão para puxar água do açude, visando minimizar a falta d'água do bairro Cidade Nova e vizinhos. Mas a chuva ainda demorou para chegar e ninguém compareceu para colocar o tal sifão", relata Czapski. PREJUÍZO MORAL Os fatos acima foram relembrados em 22 de janeiro, na primeira reunião conjunta, do ano 2000, de Diretoria, Conselho Diretor e Conselho Fiscal da AIPA. Os presentes lembraram de um agravante. Ironicamente, o representante indicado pela Prefeitura para participar do Conselho Diretor da Associação é o mesmo Arcílio Bragagnolo. Por unanimidade, os presentes incumbiram o Presidente da AIPA de solicitar ao Prefeito a substituição deste representante, dando plenos poderes para o Presidente para ações complementares. (clique aqui, para conhecer sua íntegra) O pedido de substituição foi protocolado na Prefeitura em 24 de janeiro. No início de fevereiro, a assessoria de imprensa do Prefeito informou à reportagem do Jornal República, de Itu, que o Prefeito não mudaria seu representante. "Desde sua fundação, em 1986, a AIPA nunca se viu numa situação como esta, onde temos de solicitar a substituição de um Conselheiro", relata Czapski, lembrando que "logo ao assumir a Prefeitura, Leonel indicou Bragagnolo que, no início, chegou a participar de algumas reuniões. Depois, deixou de comparecer. Mas o pior foi com o episódio da represa. Como membro do Conselho Diretor, Arcílio sempre teve acesso a todas informações solicitadas. Seria mais um motivo para evitar as acusações infundadas." Czapski lamenta: "Apesar do Juiz ter nos dispensado de pagar a multa antes do recurso, como se queria inicialmente, há os prejuízos morais e as despesas com o processo. Ele frisa que "só depois de uma autuação amplamente divulgada na imprensa - contra a qual estamos recorrendo por conter erros gravíssimos - tivemos oportunidade de colocar nosso lado". Entre os erros, ele destaca: o poço tubular profundo (artesiano) que nem existe; a medida incorreta da vazão de água e, por fim, que, de acordo com a Lei Nacional dos Recursos Hídricos, propriedades rurais que consomem pouco, são dispensadas da outorga de direito de uso de água. "O único uso da represa é irrigar o viveiro de mudas nativas da AIPA e dar água a alguns animais, o que consome menos de 5000 litros por dia". (para comparar: cada pessoa consome em média perto de 300 litros por dia).
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RESOLUÇÃO
"A Diretoria, Conselho Diretor e o Conselho Fiscal da Associação Ituana de Proteção Ambiental - AIPA, reunidos na sede da Associação, em 22 de Janeiro de 2000, às 10 horas da manhã, após avaliar a infundada acusação sofrida pela Associação em relação à represa da Fazenda São Miguel (que, entre outras incorreções, não pertence à Associação, como constou nos autos de infração e em reportagem televisiva), resolve:
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