BIOMASSA
A energia solar que é armazenada nas plantas verdes (através da fotossíntese), e outros materiais
orgânicos, é chamada de biomassa, podendo ser transformada
em energia elétrica.
Suani Teixeira da Costa, do Centro Nacional de Referência em Energia
Solar (Cenbio), explica que no Brasil, já se produz energia elétrica
a partir de bagaço de cana (nas usinas de cana-de-açucar),
de resíduos de madeira (produzidos pelo setor de papel e celulose
e grandes indústrias moveleiras), e, no Rio Grande do Sul, de casca
de arroz (que antes era um poluente).
Nestes locais, fala-se em cogeração de energia, que
nada mais é que produzir energia térmica (vapor, uma fonte
de calor) e mecânica (eletricidade), simultaneamente. Segundo ela,
seria possível aproveitar muito mais a biomassa, através
de equipamentos mais eficientes para produzir energia.
Outra fonte é o lixo (que
gera o gás metano), praticamente não aproveitado nosso país
para este fim (na Holanda, lixo já é considerado como importante
fonte de energia).
ENERGIA SOLAR
O Brasil é privilegiado pelo sol, mas ainda usa pouco os raios
solares para produzir energia. O custo está no equipamento e sua
manutenção. Basicamente, são duas as formas de aproveitamento:
- Aquecimento térmico
- tecnologia relativamente barata e já bem conhecida, consiste
em captar o calor dos raios solares através de chapas, transmitindo-o
para fluidos, em geral água. No Brasil, há muitas empresas
que produzem coletores, havendo até um selo de qualidade. E existe
até um bem sucedido experimento do Centro de Referência
em Energia Solar (Greensolar), que instalou coletores em 100 residências
de um loteamento popular de quase 600 casas, em Belo Horizonte. A prestação
das casas subiu R$ 4,00 por mês, mas a conta de luz - comparada
com outras casas do mesmo loteamento - diminui algo como R$ 10,00.
- Eletricidade (fotovoltaica)
- processo ainda caro, sendo usado no Brasil, por exemplo, em áreas
rurais isoladas, onde não chegam outras formas de energia. Aqui,
painéis fotovoltaicos (células à base de silício)
convertem a energia da luz solar em eletricidade, que é acumulada
em baterias especiais. Se o sol é um combustível gratuito,
as baterias sofrem desgaste (como ocorre com baterias de telefones celulares),
devendo ser trocadas após 3 anos, em média, e os painéis
(mais caros) duram algumas décadas. Uma proposta interessante,
implantada na Alemanha (o Brasil tem 5 projetos experimentais), é
instalar painéis fotovoltaicos nos telhados das casas, que casas
continuam interligadas na rede elétrica. Quando a casa gasta
mais de que produz, através dos painéis solares, recebe
o que falta da rede. Quando sobra, na casa, o excedente segue para a
rede elétrica.
ENERGIA EÓLICA (VENTOS)
Imagine um catavento gigante que gira quando posicionado contra o vento.
Este é o princípio da energia eólica, onde a força
dos ventos é transformada em energia. Especialistas buscam jazidas
de ventos, locais onde é possível construir grandes usinas,
que aproveitarão esta matéria prima, gratuita e renovável.
Segundo Everaldo
Feitosa, presidente do Centro Brasileiro de Energia Eólica, o maior
problema ambiental que antigamente causavam - ruído - já
foi resolvido. Nosso país tem potencial para fazer grandes usinas,
principalmente no Nordeste (região costeira e vale do São
Francisco) e sul do país.
A primeira turbina
eólica de grande porte conectada à rede elétrica,
foi instalada em Fernando de Noronha (Pernambuco).
OUTRAS FORMAS
Existem
outras fontes de energia renováveis ainda não exploradas
no Brasil, que vale mencionar:
- Energia geotérmica
(geo= terra, térmica= calor) - o calor do centro da terra chega
à superfície, nas regiões vulcânicas (que
não existem no Brasil), por exemplo, pelas fontes de água
quente. Este calor pode ser usado para produzir eletricidade.
- Energia das marés
- o princípio para produzir eletricidade é semelhante
à das usinas hidrelétricas, construindo-se um reservatório
junto ao mar, de modo que a água passe pelas turbinas, gerando
energia nos dois sentidos: quando a maré sobe (enchendo o reservatório)
e quando baixa.
- Hidrogênio
- é abundante na natureza (pode se separar, por exemplo, as moléculas
da água, em oxigênio e hidrogênio), e pode gerar
energia elétrica. Só que a tecnologia, para este fim,
ainda é muito cara.
PARA SABER MAIS
Na Internet, há um grande número de sites que tratam de fontes
alternativas de energia. Confira alguns, usados na produção
desta matéria:
Observação:
Nesta matéria, também foram utilizados textos do professor
Roberto Zellis ( especialista em energia fotovoltaica, do Instituto
de Energia e Eletrotécnica da USP), o Informativo Aqualung
n.º 13, boletins do Cenbio e informações dadas por
dirigentes dos Centros de Referência mencionados. |
fIMPACTOS AMBIENTAIS DA
ENERGIA ELÉTRICA
Usinas Hidrelétricas - as piores consequências ambientais
e sociais não ocorrem durante o funcionamento, e sim na construção das grandes usinas, que alagam grandes áreas (pequenas centrais hidrelétricas, ou PCHs não causam os mesmos problemas):
- o alagamento afunda ecossistemas importantes, podendo levar à
extinção de espécies que existam no local. Quando lá existem cidades, áreas
indígenas, ou populações ribeirinhas, estas perdem suas terras, tendo de se mudar.
- a barragem
afeta a vida dos rios (por exemplo, há espécies
de peixes que só se reproduzem ao nadar contra
a correnteza - e isto será prejudicado). E, com
o tempo, ocorre o assoreamento (entupimento) da represa,
que tem um tempo de vida útil.
Usinas
Térmicas - alimentadas
por carvão, óleo e gás natural, em
funcionamento, causam principalmente a poluição
do ar, emitindo vários gases que favorecem o aumento
do efeito-estufa (aquecimento global do Planeta), como o
dióxido e o monóxido de carbono. As térmicas
à carvão e óleo também podem
emitir óxidos de enxofre e nitrogênio, que
geram a chuva ácida (que prejudica florestas, plantações
e até monumentos). Também se forma ozônio,
um gás altamente prejudicial à saúde
na baixa atmosfera (onde vivemos). As grandes termelétricas
trazem um problema a mais: usam enormes quantias de água
para resfriar as turbinas: mais da metade se perde, pois
evapora.
Usinas
Nucleares -
são usinas térmicas que aproveitam a energia
do urânio e do plutônio. Aqui há dois
problemas a considerar: o risco de acidentes (se ocorrer
vazamento de radiação para o meio ambiente)
e o lixo atômico que geram, uma conseqüência
com a qual muitas gerações depois da nossa
vão ter de lidar. A usina tem cerca de 30 anos de
vida útil, após o que deve ser desmontada,
gerando ainda mais lixo atômico.
Fontes
não renováveis - a
principal delas é o petróleo (muitos geradores
de indústrias e locais onde não chegam outras
formas de energia usam diesel), que gera poluição
atmosférica
Outros
problemas - Também
há o que técnicos intitulam como atenção
para o que chamam de impactos associados, como os relacionados
à extração do carvão nas minas,
que modifica paisagens, ou do silício, para produzir
painéis de energia solar.
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