DOCUMENTOS | COLETIVO CONSEMA |
![]() |
Você já imaginou
...................................................................... |
ESTAÇÃO DAS COMPRAS QUEM PODE? DIA SEM COMPRAS CONSUMO SUSTENTÁVEL CONSCIÊNCIA FAZENDO NOSSA PARTE
|
Q
uanto mais se aproximam as festas de fim de ano, mais a indústria e o comércio, através de todos meios de comunicação, repetem mensagens de paz, amor e ... estímulo ao consumo. Bondade, solidariedade, alegria, respeito à família são relacionados à idéia de comprar não apenas presentes (muitas vezes objetos desnecessários, cheios de embalagens) para a família, amigos, colegas de trabalho e/ou escola, como também alimentos diferenciados para fartíssimas ceias, enfeites para a casa, roupa de festa, etc, etc.
Um exemplo incomum de incentivo ao consumo, aqui no Brasil: depois de meses de racionamento compulsório de energia, o governo avisou que liberaria o consumo da eletricidade para as luzes de Natal...
Hoje, costuma-se avaliar as pessoas não pelo que são, mas pelo que consomem: a casa onde moram (quanto maior, melhor), o/s carro/s que possuem, roupas e equipamentos que usam (quanto mais, melhor), locais caros que freqüentam. Sobretudo nesta época do ano, ninguém quer lembrar uma informação chocante: se os 6 bilhões de seres humanos que vivem no Planeta Terra consumissem tanto quanto em média os americanos e europeus, precisaríamos de seis planetas como o nosso, a fim de obtermos os recursos naturais suficientes para fabricar tantos produtos!!!
Dia sem compras - Será mesmo que ninguém quer lembrar? A cada ano espalha-se mais a proposta do Dia sem Compras, adotado em alguns países como data de conscientização contra o consumismo. A proposta é que, neste dia, cidadãos deixem de fazer compras, dedicando-se a atividades especiais, como é o caso de criar uma dramatização na qual o personagem principal seja um marciano que observa os loucos e exagerados hábitos de consumo de terráqueos, que podem acabar com os recursos naturais disponíveis, comprometendo a própria sobrevivência humana.
Enquanto isso, expressões como Desenvolvimento Sustentável - definida em 1986 por uma comissão que examinou o estado ambiental do mundo, como o desenvolvimento "que atenda as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade de as gerações futuras atenderem também as suas" - já fazem parte do vocabulário de setores mais avançados da economia, que sabem que os padrões de consumo têm de mudar.
Consumo Sustentável Filhotes desta expressão, são os termos Consumo e Produção Sustentáveis, que designam "serviços e produtos que respondem às necessidades básicas de toda população e trazem a melhoria na qualidade de vida, ao mesmo tempo em que reduzem o uso dos recursos naturais e de materiais tóxicos, a produção de lixo e as emissões de poluição em todo ciclo de vida, sem comprometer as necessidades das futuras gerações".
Traduzindo: estes conceitos pregam uma situação ideal, onde 1- todos tenham o suficiente (satisfazer as necessidades básicas, com melhoria na qualidade de vida), 2- pensem no jeito como as coisas são produzidas (aqui entra a análise do ciclo de vida do produto, com a qual se avalia desde a matéria prima utilizada e o processo de produção, até o que ocorre quando o consumidor faz a compra e, depois do uso, o produto vira lixo ou é reciclado) e 3- considerem quanto e como se consome (afinal, se continuarmos poluindo, desperdiçando matérias primas, causando desequilíbrios fatais ao ambiente, as futuras gerações não terão do que viver).
Consciência? Fala-se que o mundo é das futuras gerações. Uma pesquisa, finalizada pelo Pnuma e Unesco em 2001, avaliou o que jovens pensam sobre Consumo Sustentável. Aplicada a mais de 5000 pessoas de 18 a 25 anos, de 24 países (na América Latina estes países foram Argentina, México e Peru), ela concluiu que a maioria reconhece os impactos ambientais e sociais causados, ao usar ou descartar produtos. Por exemplo, o barulho de um equipamento de som ou uma moto em funcionamento (poluição sonora), ou o lixo que se gera, no dia a dia. Mas é raro considerar um outro conjunto de impactos: os problemas ambientais ocasionados durante fabricação do produto que se opta por comprar. Por exemplo,se o equipamento de som, brinquedo ou roupa disponível na loja foi feito por uma fábrica que polui os rios, o solo, o ar.
Mesmo assim, 75% dos jovens de todos países apontaram que um dos maiores desafios para os próximos anos é diminuir a poluição, ao lado da melhoria das condições de saúde e a luta pelos direitos humanos. Entre latino-americanos e africanos, 2/3 dos jovens designaram mais três prioridades: reduzir o desemprego, o trabalho infantil e desigualdade social.
Enquanto isso, na movimentada reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio, realizada em Doha, Catar, em novembro, lembrou-se um evento importante programado para setembro de 2002: a Conferência Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, a se realizar na África do Sul. Será a ocasião para avaliar os resultados de tudo que se definiu na Eco-92 (Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992) e pensar nos próximos passos. Numa postura criticada pelos ambientalistas como pouco incisiva, o documento final de Doha (que dá as bases de discussão das futuras normas do comércio internacional, que sairão até 2005) aposta ser possível combinar a liberalização do comércio internacional com a defesa do meio ambiente. É uma questão polêmica: ao contrário dos ambientalistas, alguns países reclamam que restrições ambientais serviriam para barrar a exportação de produtos dos países pobres para os ricos.
Fazendo nossa parte Enquanto rola a polêmica e se espalham novas expressões pelo mundo, podemos fazer nossa parte. Duas perguntas na hora de comprar já fazem a diferença:
PARA UM NATAL ECOLÓGICO |
Clique na imagem para mandar seu e-mail
com comentários, críticas, sugestões
Home => Conheça a AIPA => Jornal Urtiga => Índice Urtiga 147 |