URTIGA
EDIÇÕES ANTERIORES
MAIS SOBRE O URTIGA
NOTÍCIAS DA AIPA
DOCUMENTOS COLETIVO CONSEMA

   

NATAL RECICLADO?

(Publicado no Urtiga 147 - novembro-dezembro 2001- pág. 1)

Você já imaginou
um Natal onde todos distribuissem
amor e carinho, dispensando o
consumismo?
......................................................................

Editorial do Jornal Urtiga 147
leia e clique aqui para...
mandar sua opinião
...............................

ESTAÇÃO DAS COMPRAS            QUEM PODE?

DIA SEM COMPRAS           CONSUMO SUSTENTÁVEL

CONSCIÊNCIA            FAZENDO NOSSA PARTE

Q uanto mais se aproximam as festas de fim de ano, mais a indústria e o comércio, através de todos meios de comunicação, repetem mensagens de paz, amor e ... estímulo ao consumo. Bondade, solidariedade, alegria, respeito à família são relacionados à idéia de comprar não apenas presentes (muitas vezes objetos desnecessários, cheios de embalagens) para a família, amigos, colegas de trabalho e/ou escola, como também alimentos diferenciados para fartíssimas ceias, enfeites para a casa, roupa de festa, etc, etc.

Um exemplo incomum de incentivo ao consumo, aqui no Brasil: depois de meses de racionamento compulsório de energia, o governo avisou que liberaria o consumo da eletricidade para as luzes de Natal...

inicio desta página



Quem pode? É claro que nem todos têm a mesma possibilidade. A Organização das Nações Unidas (ONU) informa que quem nasce num país industrializado consome em média, no decorrer de sua vida, 30 a 50 vezes mais de que alguém que nasce num país pobre. Porém, como lembra Diego Masera, coordenador do Setor de Indústrias para a América Latina e Caribe do Programa de Meio Ambiente da ONU (Pnuma): pessoas mais ricas que vivem nos países pobres consomem muito mais de que o cidadão médio americano ou europeu. Ou seja, o problema não está só nas nações abastadas.

Hoje, costuma-se avaliar as pessoas não pelo que são, mas pelo que consomem: a casa onde moram (quanto maior, melhor), o/s carro/s que possuem, roupas e equipamentos que usam (quanto mais, melhor), locais caros que freqüentam. Sobretudo nesta época do ano, ninguém quer lembrar uma informação chocante: se os 6 bilhões de seres humanos que vivem no Planeta Terra consumissem tanto quanto em média os americanos e europeus, precisaríamos de seis planetas como o nosso, a fim de obtermos os recursos naturais suficientes para fabricar tantos produtos!!! inicio desta página

Dia sem compras - Será mesmo que ninguém quer lembrar? A cada ano espalha-se mais a proposta do Dia sem Compras, adotado em alguns países como data de conscientização contra o consumismo. A proposta é que, neste dia, cidadãos deixem de fazer compras, dedicando-se a atividades especiais, como é o caso de criar uma dramatização na qual o personagem principal seja um marciano que observa os loucos e exagerados hábitos de consumo de terráqueos, que podem acabar com os recursos naturais disponíveis, comprometendo a própria sobrevivência humana.

Enquanto isso, expressões como Desenvolvimento Sustentável - definida em 1986 por uma comissão que examinou o estado ambiental do mundo, como o desenvolvimento "que atenda as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade de as gerações futuras atenderem também as suas" - já fazem parte do vocabulário de setores mais avançados da economia, que sabem que os padrões de consumo têm de mudar. inicio desta página

Consumo Sustentável Filhotes desta expressão, são os termos Consumo e Produção Sustentáveis, que designam "serviços e produtos que respondem às necessidades básicas de toda população e trazem a melhoria na qualidade de vida, ao mesmo tempo em que reduzem o uso dos recursos naturais e de materiais tóxicos, a produção de lixo e as emissões de poluição em todo ciclo de vida, sem comprometer as necessidades das futuras gerações".

Traduzindo: estes conceitos pregam uma situação ideal, onde 1- todos tenham o suficiente (satisfazer as necessidades básicas, com melhoria na qualidade de vida), 2- pensem no jeito como as coisas são produzidas (aqui entra a análise do ciclo de vida do produto, com a qual se avalia desde a matéria prima utilizada e o processo de produção, até o que ocorre quando o consumidor faz a compra e, depois do uso, o produto vira lixo ou é reciclado) e 3- considerem quanto e como se consome (afinal, se continuarmos poluindo, desperdiçando matérias primas, causando desequilíbrios fatais ao ambiente, as futuras gerações não terão do que viver). inicio desta página

 

  Consciência? Fala-se que o mundo é das futuras gerações. Uma pesquisa, finalizada pelo Pnuma e Unesco em 2001, avaliou o que jovens pensam sobre Consumo Sustentável. Aplicada a mais de 5000 pessoas de 18 a 25 anos, de 24 países (na América Latina estes países foram Argentina, México e Peru), ela concluiu que a maioria reconhece os impactos ambientais e sociais causados, ao usar ou descartar produtos. Por exemplo, o barulho de um equipamento de som ou uma moto em funcionamento (poluição sonora), ou o lixo que se gera, no dia a dia. Mas é raro considerar um outro conjunto de impactos: os problemas ambientais ocasionados durante fabricação do produto que se opta por comprar. Por exemplo,se o equipamento de som, brinquedo ou roupa disponível na loja foi feito por uma fábrica que polui os rios, o solo, o ar.

Mesmo assim, 75% dos jovens de todos países apontaram que um dos maiores desafios para os próximos anos é diminuir a poluição, ao lado da melhoria das condições de saúde e a luta pelos direitos humanos. Entre latino-americanos e africanos, 2/3 dos jovens designaram mais três prioridades: reduzir o desemprego, o trabalho infantil e desigualdade social.

Enquanto isso, na movimentada reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio, realizada em Doha, Catar, em novembro, lembrou-se um evento importante programado para setembro de 2002: a Conferência Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, a se realizar na África do Sul. Será a ocasião para avaliar os resultados de tudo que se definiu na Eco-92 (Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992) e pensar nos próximos passos. Numa postura criticada pelos ambientalistas como pouco incisiva, o documento final de Doha (que dá as bases de discussão das futuras normas do comércio internacional, que sairão até 2005) aposta ser possível combinar a liberalização do comércio internacional com a defesa do meio ambiente. É uma questão polêmica: ao contrário dos ambientalistas, alguns países reclamam que restrições ambientais serviriam para barrar a exportação de produtos dos países pobres para os ricos. inicio desta página

 

  Fazendo nossa parte Enquanto rola a polêmica e se espalham novas expressões pelo mundo, podemos fazer nossa parte. Duas perguntas na hora de comprar já fazem a diferença:

  1. será que eu preciso mesmo deste produto, ou estou comprando algo que irá logo para o lixo?
  2. será que na hora de produzir, a empresa respeitou o meio ambiente?
É importante lembrar que nem tudo é questão de preço: dá até para criar com as próprias mãos um belo e carinhoso presente natalino, usando materiais simples, reciclados. Atuando desta forma, e discutindo o tema com familiares, amigos e colegas, trabalha-se por um mundo melhor.

CLIQUE AQUI E CONFIRA DICAS DA AIPA
PARA UM NATAL ECOLÓGICO

mande seu e-mail
Clique na imagem para mandar seu e-mail
com comentários, críticas, sugestões

voltar



inicio desta página
      Home   => Conheça a AIPA   => Jornal Urtiga    => Índice Urtiga 147