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DESENVOLVIMENTO SU$TENTÁVEL????

(Publicado no URTIGA 151 - julho-agosto 2002 - pág. 1)

A Eco-92 gerou importantes acordos internacionais. Só que pouco se cumpriu. A Rio+10 vem para avaliar o que ocorreu. Quais as perspectivas?
Confira
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Editorial do Jornal Urtiga 151
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ECO 92 => RIO+10 - RESULTADOS E EXPECTATIVAS          

ONTEM E HOJE

DIA A DIA 

PESSIMISMO x OTIMISMO

  E NÓS?

"Em contraste com a Eco-92 - conferência da ONU sobre meio ambiente e desenvolvimento que atraiu mais de 150 delegações governamentais para o Rio de Janeiro há dez anos, dispostas a reverter os problemas sociais e ambientais do Planeta - a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+10), que acontece na África do Sul entre 26 de agosto e 4 de setembro, promete resultados bem mais modestos.

A Eco-92 resultou em duas Convenções Internacionais (da Biodiversidade e de Mudanças Climáticas), uma declaração de princípios, e a Agenda 21 (plano para que chegássemos ao século 21 com uma ambiente saudável, com mais de 2500 medidas práticas, descrevendo até o custo de cada conjunto de ações).

A expectativa era que as resoluções trariam o desenvolvimento sustentável ao mundo, definido em 1987 como o desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades.

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Ontem e hoje - Mas o sonho de então - da união entre ambientalistas, o mundo dos negócios e o segmento político, resultando no crescimento econômico sem perdas ambientais e a extinção da pobreza no mundo - não caminhou como esperado...

No caso da Convenção das Mudanças Climáticas, por exemplo, em dez anos, em vez de diminuir a emissão de poluentes no ar, causadores do perigoso aquecimento global do Planeta, conseguiu-se apenas estabelecer a base para o Protocolo de Kioto, que propõe regras práticas de longo prazo, para combater este perigo.

A Rio+10 resume-se à meta de reavaliar a Agenda 21 e demais documentos da Eco-92... para definir os próximos passos. Deve resultar em dois documentos principais: nova declaração de princípios, onde os chefes de estado se comprometem a adotar o desenvolvimento sustentável como meta, e um plano prático para implementar o Desenvolvimento Sustentável. Este plano baseia-se num tripé:

  1. revisão da Agenda 21,
  2. implementação a Declaração do Milênio da ONU (que tem como um objetivo reduzir a pobreza no mundo à metade, até 2015),
  3. definição dos meios para implementar as propostas.

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Dia-a-dia - Para tanto, estabeleceu-se a agenda evento na África. Para os quatro dias iniciais, selecionaram-se cinco assuntos, com meio dia de debates cada um:

  1. saúde,
  2. biodiversidade e gerenciamento de ecossistemas;
  3. agricultura e segurança alimentar;
  4. água e saneamento,
  5. energia.

Além disso, destinou-se um período para discutir um conjunto de temas como financiamentos, comércio e transferência de tecnologia; educação, informação e ciência; padrões de produção e consumo. Outros dois dias foram comprometidos para debates de temas regionais e colocações de entidades não governamentais.

Somente os três últimos dias foram reservados às sessões plenárias e mesas-redondas com a presença de chefes de estado, que culminariam na assinatura dos documentos oficiais. Documentos estes que vêm sendo alinhavados há mais de um ano. inicio desta página


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Pessimismo X Otimismo - Em junho último, o clima de desânimo ao final da reunião preparatória realizada na Indonésia tinha bons motivos. As negociações do plano para o desenvolvimento sustentável tropeçaram em duas áreas polêmicas: globalização e meio ambiente, e a definição de quem pagará para implementar as propostas e projetos.

Alimentando a discórdia, há diferentes pontos de vistas dos países. Enquanto os em desenvolvimento querem que o evento priorize a destinação de verbas para o combate à pobreza, os da União Européia enfatizam questões ambientais. Já Estados Unidos, Japão e Canadá querem manter as resoluções conquistadas pela Organização Internacional do Comércio.

Na linha mais pessimista em relação aos resultados da Rio+10, o jornal inglês The Guardian chegou a lembrar que, no atual ritmo de redução de pobreza, levaríamos 130 anos para responder ao desafio de reduzi-la à metade, apostando que o evento não dará em nada.

Entre os otimistas, o
The Economist - num conjunto de artigos publicados no início de julho - partiu do princípio de que tudo o que se faz na vida gera ganhos e perdas, sendo que a Eco-92 talvez tivesse chegado a propostas cujo cumprimento seria impossível.

The Economist interpreta que, até o momento, na corrida entre o desenvolvimento e a degradação ambiental, a humanidade levou a melhor. Mas o crescimento econômico esperado para as próximas décadas tornaria inevitável o conflito entre o ser humano e a natureza.

Há 50 anos, alertou a revista, Ghandi já dizia que se a Índia se industrializasse esgotando tantos recursos naturais como a Inglaterra esgotou no seu processo de crescimento, seriam necessários vários planetas para garantir a sobrevivência das pessoas. O otimismo ficou para as soluções mencionadas para chegarmos ao tal desenvolvimento sustentável, como a idéia de que a super-taxação da poluição ajudaria a evitar o falência ambiental do planeta, pois empresários investiriam na limpeza ambiental.

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E nós? - Ao lado dos eventos oficiais, outros acontecimentos atraem gente do mundo todo para a África do Sul. São pelo menos 45 eventos paralelos para tratar de temas que vão da preservação da Amazônia ao papel do consumidor para garantir um mundo melhor.

Ante a expectativa de ondas de protestos públicos, noticiou-se que, para evitar prejuízos materiais, empresas instaladas perto do local do evento deslocariam suas atividades para outras áreas nos dias de realização da Rio+10.

Dizem os ecologistas: pensar globalmente, agir localmente. No mundo todo haverá gente questionando o que se fez nos últimos anos em favor do meio ambiente também localmente. No Brasil, um ingrediente a mais aquece os debates: o que os candidatos a cargos de governo estão prometendo nesta área?Os programas já divulgados são todos muito vagos.

É hora de examinar o que se fez e o que falta fazer, cobrar propostas efetivas dos candidatos e... exigir o cumprimento de promessas eleitorais. E não cobrar apenas dos políticos, já que cada pessoa, cada segmento da sociedade pode trabalhar em favor do meio ambiente.

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