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(Notas publicadas no URTIGA 153 - novembro/dezembro 2002 - última pág.)

TRILHAS DA AIPA

ESPÉCIES AMEAÇADAS - 1

ESPÉCIES AMEAÇADAS - 2

NEGOCIAÇÕES FRIAS

PARQUE ADIADO

MORATÓRIA DO MOGNO

PERIGO DO OZÔNIO

EM AGOSTO

DATAS COMEMORATIVAS - SEGUNDA QUINZENA DE AGOSTO

DATAS COMEMORATIVAS - SETEMBRO

DATAS COMEMORATIVAS - INICIO DE OUTUBRO

TRILHAS DA AIPA: As visitas à AIPA poderão acontecer também no período de férias. Quem informa é Marcelo Mattiuci, relatando que a trilha foi reestruturada neste semestre, para permitir visitas nas modalidades fácil e médio esforço. Em meio período (ou dia inteiro), passa-se por três ecossistemas bem diferenciados: uma área agrícola (alterada pelo ser humano), um trecho do cerrado brasileiro e na mata ciliar (que protege o rio assim como os cílios protegem nossos olhos). Além disso, os visitantes recebem toques de como defender a natureza. "É preciso haver um grupo, de 8 a 35 pessoas, para garantir o aproveitamento de cada um", informa Mattiuci. Outra opção, segundo ele, é o curso de horta orgânica: "É um curso de dia inteiro, também para grupos, onde ensinamos técnicas de cultivo sem o uso de agrotóxicos", explica ele, informando em 2003 poderão ser ofertados outros cursos, como um de meio período, sobre cultivo de ervas medicinais, e oficinas de reciclagem. A AIPA está fechando parceria com uma agência de turismo de Itu, de forma a facilitar a operacionalização destas atividades (por exemplo, transporte do grupo). Informações podem ser obtidas de segunda à sexta-feira, pelos telefones 11-4897.7689 (das 13 às 17 h), ou 3887.2423 (das 8 às 13 h), ou pelo e-mail aipa@aipa.org.br.
ESPÉCIES AMEAÇADAS - 1: Mais proteção ao mogno, aos cavalos marinhos e a 26 espécies de tartarugas marinhas. Este foram alguns resultados da 12.ª reunião de partes da Convenção Internacional para a Proteção das Espécies Ameaçadas (Cites), realizada no Chile, para revisar a lista mundial dos animais ameaçados de extinção.; Curiosamente, representantes do Brasil, Bolívia e Peru foram contra a proteção internacional do mogno, alegando que já estão tomando medidas antidevastação suficientemente fortes. Mas ambientalistas foram a favor, acusando que, na Amazônia, paga-se o equivalente a 50 dólares por árvore de mogno derrubada. No porto de Belém, ela já valeria U$ 1.200,00. Agências de notícias internacionais divulgaram que o candidato eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, aprovou a restrição internacional ao mogno. (ENS)
ESPÉCIES AMEAÇADAS - 2: A Cites tem quase 20 anos: foi estabelecida em 1973, como um acordo internacional voluntário do qual participam hoje 160 países. O objetivo é proteger as espécies ameaçadas, não impondo mecanismos para preservar os habitats, mas impedindo o seu comércio. No caso dos cavalos marinhos, o novo status de proteção do Cites teve como base um estudo que aponta que hoje só restam 5% da população destes animais, caçados na natureza para o aquarismo e com fins medicinais. Outro problema é a poluição do mar, que mata estes animais. Além deles e de tartarugas marinhas, várias espécies de tubarão ingressaram na lista dos ameaçados de extinção, apesar de o Japão, interessado no seu comércio, ter sido contra. Igualmente, alguns animais do Madagascar, como camaleões e uma espécie de orquídea, ganharam o status de proteção. (ENS)
NEGOCIAÇÕES FRIAS: Avançaram pouco as negociações da 8.ª Conferência das Partes da Convenção de Mudanças Climáticas, finalizada em 1.º de novembro em Nova Delhi, Índia. Ambientalistas acusaram os Estados Unidos - responsáveis pela emissão de 25% dos gases que provocam o efeito-estufa - de polarizar o debate entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, para adiar qualquer decisão sobre o Protocolo de Kioto. Este protocolo propõe medidas práticas para combater o perigo do aquecimento global do planeta, o que inclui os Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, que permitiriam, entre outros, os créditos de carbono. Através destes, empresas poluidoras de países desenvolvidos podem compensar a contaminação, financiando o plantio de árvores em outros países, como o Brasil. Só que, para o protocolo entrar em vigor, deve ser ratificado por países que, somados, gerem 55% da poluição por dióxido do carbono do planeta. Isso ainda não aconteceu. A próxima conferência das partes acontecerá em dezembro de 2003, na Itália.
MUITO TEMPO PARA POLUIR -1: 2015: este será o ano limite para o uso de navios-tanque antigos, como o Prestige, que afundou na Espanha em 19 de novembro. Com 26 anos, este navio pertencia a uma empresa russa (Consórcio Alfa), estava registrado na Suíça, era operado por uma empresa grega, navegava com bandeira dos Bahamas, e levava óleo para Singapura, onde se paga mais por este produto. O navio sofreu um acidente em 13 de novembro, derramando grande quantia de óleo no Oceano Atlântico. A mídia apontou três fatores que facilitam desastres: o design dos navios antigos (com casco simples, admitidos até 2015), manutenção imprópria e controle inadequado sobre os percursos que realizam. Pelos cálculos mais da metade dos 10 mil navios petroleiros em atividade no mundo são antigos, com cascos simples.
MUITO TEMPO PARA POLUIR -2: O acidente do Prestige faz lembrar outro, de 1989, com o Exxon Valdez no Alasca, do qual vazaram 257 mil barris de petróleo (quase um quarto do que o navio carregava). Na ocasião, a Exxon afirmou ter tido prejuízos de 2,5 bilhões de dólares, referentes à operação de limpeza do ecossistema e indenizações. O Prestige carregava 500 mil barris. Quando afundou, cerca de 73 mil já teriam sido derramados no mar. Enquanto o Valdez carregava óleo cru, o Prestige tinha óleo refinado e usado, mais poluente. Além da morte da fauna marinha, a economia pesqueira e o turismo na região foram prejudicados. O medo da contaminação chegou a Portugal e à França. Uma esperança era que com o afundamento do navio, o óleo se congelasse no fundo do mar, em vez de se espalhar. (ENS)
NOVO LOTEAMENTO: Notícia dada pelos representantes das ambientalistas do Conselho Estadual do Meio Ambiente. Está na Secretaria Estadual do Meio Ambiente o Plano de Trabalho para elaboração de Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) do Condomínio Terras de Santa Cecília, planejado para ser implantado na Estrada do Pinheirinho, em Itu. No final de junho, o local já foi transformado em área urbana para permitir loteamentos. Porém os problemas ambientais são muitos, justificando a exigência de Estudo de Impacto Ambiental pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Um dos maiores impedimentos é o da água, já que empreendimentos como este atraem novos habitantes para o município, que consomem muita água (falta d’água já é freqüente hoje em Itu). O condomínio fica na bacia do Ribeirão Pirapitingui, um manancial de abastecimento. O relatório inicial não apresenta o mapeamento da cobertura vegetal, só indica que no local há matas secundárias com característica de cerrado, fortemente alteradas pelo Homem. Mas já há dados sobre o sistema de esgoto sanitário e lixo, cuja coleta caberia à administração pública, após a implantação do loteamento. Só de lixo, seriam 2,85 toneladas por dia.

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