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ENGENHEIROS E CIENTISTAS CONTRA A GUERRA

(Comentário publicado no Urtiga 154 - janeiro/fevereiro 2002 - pág. 2)


A Rede Internacional de Engenheiros e Cientistas Contra Proliferação Nuclear e a Fundação para a Paz na Era Nuclear, realizaram um encontro em janeiro, na Alemanha, com participação do físico brasileiro Fernando de Souza Barros (UFRJ).


A conclusão final é um libelo contra a Guerra do Iraque. Confira!



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inicio desta página "Neste momento crítico de uma crise global gerada por armas de destruição em massa, cientistas e engenheiros reuniram-se em Berlim para avaliar a situação das leis sobre o controle dessas armas e a não-proliferação, bem como sobre as perspectivas para o desarmamento global. A Rede Internacional de Engenheiros e Cientistas Contra Proliferação e a Fundação para a Paz na Era Nuclear também convidaram para este encontro diplomatas e estudiosos de Direito Internacional.

Foi um encontro com representação da Europa, da Rússia, da América do Sul, China e dos EUA, com o propósito de realizar uma apreciação abrangente das questões de controle e segurança de armas de destruição em massa no contexto da segurança comum da Europa e Rússia.

As crises no Iraque e Norte a Coréia e a conduta dos EUA emolduraram o contexto dessa análise.

Os participantes tiveram a oportunidade de apreciar estudos sobre as presentes diretrizes das políticas e das ações dos EUA que afetam o controle, o desarmamento e proliferação de armas nucleares, químicas e biológicas. Foram destacados os seguintes pontos fundamentais:

  1. A política norte-americana de guerra preventiva, que abrange a eliminação de ameaças 'antes que elas se materiarizem plenamente';
  2. A aparente intenção de agir unilateralmente, à margem do quadro legal internacional;
  3. A potencial utilização pelos EUA de armas nucleares como defesa para armas de destruição de massa, inclusive de ataques com substância química ou armas biológicas;
  4. O desenvolvimento de novas tecnologias que possibilitem condições para maior emprego de armas nucleares;
  5. O desenvolvimento e instalação do sistema para defesa contra mísseis balísticos, incluindo a instalação de componentes desse sistema de defesa na Europa; e
  6. O esforço continuando para desenvolver armas que possam ser usadas no espaço exterior ou instaladas no espaço.

ilustr: Dian StorchOs participantes da conferência avaliaram os efeitos corrosivos dessas políticas e seus efeitos sobre tratados e acordos internacionais, particularmente o Tratado de Não-proliferação Nuclear (TNP). Alertaram que essas iniciativas dos EUA legitimam tanto o uso da força quanto a posse de armas nucleares. Ademais, Estados que se sentem ameaçados pela magnitude das forças convencionais norte-americanas e por sua doutrina de guerra preventiva provavelmente tenderão a ampliar os arsenais existentes de projéteis e mísseis para essas armas, ou tentarão obtê-los.

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CONCLUSÕES

Após consideração das evidências apresentadas na conferência, as organizações patrocinadoras chegaram às conclusões seguintes:

  • A Guerra não é a resposta aos perigos da proliferação de armas de destruição de massa. Soluções com amplitude universal devem ser buscadas por vias diplomáticas.
  • As potências nucleares deveriam liderar pelo exemplo, cumprindo seus compromissos assumidos pelo Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), do desarmamento nuclear, implementando os 13 passos estabelecidos na Conferência de Revisão do TNP no ano 2000.
  • Sistemas de defesa contra mísseis balísticos devem ser considerados globalmente, não sob a perspectiva de um único Estado. Esses sistemas, que contribuem para a instabilidade, são extraordinariamente caros e pouco prováveis de serem efetivos.
  • Eles não podem ser concebidos como substitutos da política de contenção nuclear da 'guerra fria'; ao contrário, eles são complementares aos arsenais nucleares para assegurar o domínio pelos Estados mais poderosos de todos os possíveis teatros de guerra.
  • Para se prevenir a emergência de ameaças de ataques por mísseis será mais pratico e eficiente um esforço internacional visando seu controle.
  • Os sistemas de defesa contra mísseis balísticos também abrem a porta para um novo problema sem precedentes na história da humanidade: a militarização do espaço.
  • Esta iniciativa minaria a segurança de todas as nações e provocaria uma corrida armamentista de complexidade inimaginável.
Apesar dessas perspectivas sombrias, temos que continuar resistindo e procurando oportunidades para soluções universais não discriminatórias. Rússia e Europa podem ter importante papel hoje e no futuro próximo.

É insistindo agora na busca de soluções pacíficas dentro do contexto legal internacional que poderemos preservar a esperança de progresso genuíno para a eliminação de todas as armas de destruição de massa no futuro."

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Íntegra da conclusão do Encontro da Rede Internacional de Engenheiros e Cientistas Contra Proliferação Nuclear e a Fundação para a Paz na Era Nuclear, realizado em janeiro, em Berlim, Alemanha, com a participação do físico brasileiro Fernando de Souza Barros (UFRJ).
(divulgado pelo boletim JC e-mail 2211 - www.jornaldaciencia.org.br).


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