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DICAS VERDESAS MUITAS ABELHAS INDÍGENAS(Publicado no URTIGA 155 - março/abril 2003 - pág. 7) |
![]() Nossas amigas sem ferrão fabricam um mel diferente, muito valorizado pela medicina popular. Mas a comercialização é raríssima. Segundo Paulo Nogueira-Neto, que escreveu sobre elas no livro 'Vida e Criação das Abelhas Indígenas sem Ferrão' (Editora Nogueirapis), uma garrafa de mel de abelha sem ferrão custa pelo menos tanto quanto uma excelente champanhe francesa. Muita gente chama nossas amigas de abelhas indígenas. Elas são super-importantes na natureza. Os cientistas acreditam que, no Brasil, três em cada quatro plantas são polinizadas por elas. Nogueira-Neto conta que há grupos de cientistas estudando-as em pelo menos quatro estados brasileiros. Também há grupos em países como México, Venezuela e Costa Rica. Mas eles estão mais atrasados na pesquisa. É nas reuniões de especialistas que se revelam os resultados de dezenas de estudos, com novidades sobre as meliponineas. Uma coisa já se sabe: o maior número de espécies brasileiras vive na Amazônia, onde impera o calor e umidade. Mas há espécies vivendo até em regiões montanhosas, como em Itatiaia. Nogueira-Neto conta que o sistema de vida das abelhas indígenas tem semelhanças com o das européias, ou africanizadas. Em geral, a colméia tem uma rainha e as operárias. Porém, em algumas espécies, há mais de uma rainha por colméia. Na verdade, o mel sempre serve como reserva das abelhas para os tempos difíceis. É o alimento de inverno, quando faltam as flores. Em geral, nossas amigas fazem seu ninho em ocos de pau. É onde elas armazenam o pólen e o mel. O Homem está por trás das maiores ameaças para a sobrevivência de nossas amigas sem ferrão. Por exemplo, o uso de agrotóxicos nas plantações pode contaminar e matar as abelhas. É que elas consomem o veneno, através do pólen. Outro perigo é a devastação de florestas, pois elas perdem suas casas e o alimento. Outro ponto é a concorrência maciça das Apis. Quando criadores instalam muitas colméias das abelhas com ferrão, as espécies locais tendem a desaparecer.
Fonte: Rede AIPA |
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