O assunto começou a ser aventado há cerca de uma década,
quando Maria Célia Bombana acumulava a função de Diretora
de Educação Ambiental da AIPA com a presidência do Conselho
Municipal de Defesa. do Meio Ambiente de Itu (Comdema). Naquela época,
surgiram algumas discussões internas de como valorizar a maior área
que ainda se mantém verde, em pleno centro de Itu.
Estamos falando dos quase 20 alqueires de terra, por onde passa o córrego
Taboão, que fazem parte da sede do 2.°
Ga Cap Regimento Deodoro.
Trocada com Colégio São Luiz em 1918, quando o colégio foi
transferido para a capital paulista, esta área - que ficava fora do perímetro
urbano -, foi sendo cada vez mais cercada por bairros populosos, como o São
Luiz, Jardim Rosinha, São Judas Tadeu e Vila Nova. Tornou-se um raro pulmão
verde para a cidade, porém, sempre com uso restrito ao Exército.
O
tema voltou à tona em 1998, com a publicação de uma licitação
do Ministério da Guerra, colocando a área à venda. Uma modificação
no Plano Diretor do Município abria a possibilidade de implantar um loteamento
no local. Se isto acontecesse, o prejuízo seria múltiplo: além
da perda do verde, o loteamento provocaria adensamento populacional ainda maior,
ampliando problemas de infra-estrutura e trânsito, entre outros. A mobilização
de várias entidades ituanas, entre as quais a AIPA, gerou a elaboração
de um manifesto à população, um dossiê às autoridades,
e culminou com a ida dos representantes das organizações à
Câmara Municipal, na sessão que definiria a venda do terreno. Assim,
conseguiu-se reverter o processo da venda.
Na ocasião, as entidades encaminharam ao então prefeito um ofício
solicitando que, em vez de loteamento, o local fosse transformado em parque, que
unisse a preservação do verde com o desenvolvimento de atividades
de cultura e lazer. A aposta, na época, era que os dois órgãos
públicos - Administração Municipal e Ministério -
poderiam realizar uma troca de terrenos. Mas nada aconteceu e a área permaneceu
sob alçada do Exército.
Foi a mídia que gerou a volta do debate, no início deste novembro.
A revista Campo & Cidade, em edição dedicada ao Regimento Deodoro,
revelou que José Carlos Arruda, sócio proprietário do Jornal
Periscópio que há anos defende a criação deste parque,
levou a idéia ao Coronel Cezar Augusto Carazzai Castilho, que respondeu
ser possível, sim, criá-lo, desde que forças vivas do município
se unam para este fim. Dias depois, o Periscópio repercutiu a notícia,
levantando o histórico das reivindicações por um parque ecológico
e revelando que organizações, como a Sociedade de Amigos da Cidade
de Itu (Saci), Movimento PróTur e AIPA, já começaram a se
mobilizar para desenhar um projeto que seja o melhor para a cidade, no sentido
de somar a preservação deste pulmão verde ao seu uso público
como espaço de lazer e cultura.
Vale saber: Na mesma semana em que a Campo & Cidade
era distribuída em Itu, em São Paulo, o diretor do Programa Nacional
de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Marcos
Sorrentino, durante palestra no Parlatino, revelava que o Ministério do
Exército estuda, junto com o do Meio Ambiente, a criação
de um programa de formação em educação ambiental para
recrutas. O próprio Coronel Castilho tem se posicionado favoravelmente
por ações práticas em prol do meio ambiente, como é
o caso da busca pela viabilização do replantio de árvores
nativas, com apoio do Regimento Deodoro, para recuperar trechos degradadas no
cerrado ituano. Se
o clima é favorável, há muito por acontecer para alcançar
o final feliz. Afinal, o que se quer é um parque ecológico, onde
o verde vença o cimento, no qual a população possa caminhar,
pedalar em ciclovias, realizar atividades culturais e de educação
ambiental. Para garantir tal destino a este pulmão verde ituano, há
muito trabalho pela frente.

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