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PARQUE ECOLÓGICO??

(Publicado no URTIGA 166 - janeiro/março 2005- pág. 1)


Será que o terreno do II Ga Cap se transformará num Parque Ecológico? E, caso isto aconteça, qual será a contrapartida? Pois fala-se em uso da área para loteamento. Que loteamento será este?
Leia e acompanhe esta questão!!

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Editorial do Jornal Urtiga 166
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A intenção foi mencionada em dezembro por Herculano Junior, como projeto de governo, em entrevista ao Urtiga, antes de assumir a prefeitura de Itu. Uma de suas metas seria criar o tão sonhado parque ecológico na área verde que faz parte do 2.º Ga Cap Regimento Deodoro, em pleno centro urbano. Não surpreendeu, portanto, sua participação no passeio em carro blindado com o ex-comandante, César Augusto Carazzai Castilho, para festejar a criação de uma trilha no local, para uso da população.

As surpresas vieram em fevereiro. Primeiro, o novo tenente-comandante do 2.° Ga Cap, Edson Diehl Ripoli, cancelou a implantação da trilha, avisando que a área, pertencente ao Exército Brasileiro, estaria à venda por R$ 9 milhões. Num comunicado à imprensa, o presidente da Sociedade de Amigos da Cidade de Itu (Saci), Alberto Soares Moreira reagiu, lembrando que o terreno já fora colocado à venda em 1998, por R$ 18 milhões. O comunicado ressaltou o papel da AIPA naquela ocasião, que se unira às demais organizações de sociedade civil contra uma suposta implantação de loteamento com habitações populares, naquele que se tornara um raro pulmão verde do centro urbano, cuja ocupação traria um prejuízo a mais: o agravamento do abastecimento de água para a população.

Na 6.ª feira, 25/2, reunião na Casa do Barão congregou representantes do Saci, AIPA, Câmara de Vereadores, Prefeitura, União dos Amigos do Regimento Deodoro, Associação dos Engenheiros, e outros interessados. A vocação de pulmão verde da área foi consenso de todos, bem como a urgência de uma Lei de Uso de Solo, que transforme o local em Área de Proteção Especial. Qual porcentual obrigatório, em caso de venda do terreno, a ser cedida à municipalidade, para o almejado parque ecológico? A definição ficou para depois, delegando-se as negociações à administração municipal. A segunda surpresa foi na manhã de sábado, 26/2, quando o bem informado Jornal Periscópio comemorava um acordo, revelado por Herculano Jr., pelo qual quem compras-se o terreno cederia a metade para o parque.

Vale recordar: o terreno em questão, de quase 20 alqueires, por onde passa o córrego Taboão, faz parte da sede do 2.° Ga Cap Regimento Deodoro desde 1918. Foi trocado com o Colégio São Luiz quando este se transferiu para a capital paulista, numa época em que o local era distante do perímetro urbano. Hoje é a maior área verde do centro da cidade, rodeada por bairros populosos, como o São Luiz, Jardim Rosinha, São Judas Tadeu e Vila Nova. O uso continua restrito ao Exército.

As primeiras discussões internas de como valorizar o local foram há cerca de uma década, quando Maria Célia Bombana acumulava a função de Diretora de Educação Ambiental da AIPA com a presidência do Conselho Municipal de Defesa. do Meio Ambiente de Itu (Comdema). O tema voltou em 1998, com a mencionada licitação do Ministério da Guerra, colocando a área à venda. Uma modificação no Plano Diretor do município abria a possibilidade de implantar um loteamento por lá. O temor, ainda presente, é que este loteamento agravaria o adensamento populacional, ampliando também problemas de infraestrutura urbana e trânsito.

A mobilização de várias entidades ituanas, logo em seguida, entre as quais a AIPA, culminou na elaboração de um manifesto à população, um dossiê às autoridades e na ida dos representantes das organizações à Câmara Municipal, na sessão que definiria a venda do terreno. O processo foi revertido e as entidades levaram ao então prefeito um ofício pedindo que, em vez de loteamento, o local se tornasse parque, destinado à preservação do verde, cultura e lazer, tão essenciais numa Estância Turística e ao bem estar da população. Apostava-se, na época, numa possível troca de terrenos entre Administração Municipal e Ministério. Não aconteceu.

Em novembro de 2003, voltou-se ao tema, com a repercussão de uma edição da revista Campo & Cidade, dedicada ao Regimento Deodoro, onde José Carlos Arruda, sócio proprietário do Periscópio revelou ter levado a idéia ao Coronel Cezar Augusto Carazzai, que acenou com a possibilidade da criação do parque, desde que forças vivas do município se unissem para este fim.

Chegamos onde estamos. Permanece o sonho de um parque ecológico, onde o verde vença o cimento, no qual a população possa caminhar, pedalar em ciclovias, realizar atividades culturais e de educação ambiental. Desta vez, acompanhado do receio de qual será a contrapartida, quais os planos de um futuro empreendedor (se a venda da área se consumar), e quais serão as conseqüências do empreendimento, em termos de mais trânsito, problemas de água, qualidade de vida.

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