O
QUE É TRANSGÊNICO? Em ciências, aprende-se que um conjunto
determinado de genes (código genético) define as características
de um organismo. A transmissão das características é pela
reprodução, que na maioria das plantas ocorre com a polinização.
Povos antigos das Américas já sabiam cruzar variedades diferentes
de milho (ex: milho de grão macio, com outro que frutifica rápido),
transpondo manualmente o pólen de uma planta para outra, para criar variedades
melhoradas (melhoramento clássico). Agora, cientistas sabem como isolar
e transferir genes em laboratório entre espécies (ex: proteínas
do boi mudando a planta do tomate). Isto é transgenia.
QUANDO SURGIRAM OS TRANSGÊNICOS?
A partir dos anos 70, pela engenharia genética, conseguiu-se manipular
o código genético em laboratório, para uma célula
fazer algo para o que não estava programada.
QUAIS OS PRINCIPAIS ARGUMENTOS A FAVOR DOS TRANSGÊNICOS? Fabricantes
e alguns cientistas alegam que transgênicos são a solução
para a agricultura. Plantas transgênicas receberiam características
para serem mais resistentes a doenças, com número menor de agrotóxicos.
Também dizem que daria para gerar plantas transgênicas adaptadas
às variações de clima, solo, etc. Mas o maior argumento é
econômico: dizem que seria mais barato plantar transgênicos. QUAIS
OS PRINCIPAIS ARGUMENTOS CONTRA OS TRANSGÊNICOS? Eis
alguns: Estudos
sobre riscos dos transgênicos para a saúde e o ambiente não
estão concluídos;
Testes nos EUA e Europa (clima temperado) não seriam válidos para
nossas condições tropicais. Plantas
de uma variedade transgênica são geneticamente iguais: se uma praga
mata um indivíduo, matará todos. Na Argentina (publicado no Urtiga
163) pragas surgiram e exigiram consumo crescente de venenos. Ameaça
aos ecossistemas: ao matar insetos indesejados e ervas daninhas, matam-se também
espécies benéficas, como abelhas (Paulo Nogueira-Neto relata a apreensão
com um tipo de algodão transgênico, no qual inocularam bactéria
mortal para insetos. Não há conclusões, mas... abelhas adoram
flores de algodão). Perigo
da transgênese espontânea: uma planta indesejável (ex: arroz
pequeno nativo) pode cruzar com uma transgênica (ex: arroz branco X), gerando
nova erva daninha que só se combate com novos venenos. Alergias:
se a soja tem gene da castanha, alguém alérgico à castanha
não pode comer. Economia:
abandonando
variedades tradicionais, fica-se dependente de poucas transnacionais donas da
tecnologia transgênica. Quanto custarão royalties, no futuro?
com a tecnologia Terminator, que cria sementes estéreis, a cada safra,
agricultores teriam de comprar novas sementes.
A
agricultura orgânica, sem transgênicos ou agrotóxicos, é
viável, competitiva e não prejudicaria o meio ambiente
Vale saber: a lei brasileira exige rótulos nos alimentos industrializados,
informando se contém transgênicos. Até hoje, esta lei não
saiu do papel!!! É mais um problema que afeta estes produtos!!! |
Fontes:
http://www.soscozinha.com.br / Jornal Urtiga (edições anteriores) |