URTIGA
EDIÇÕES ANTERIORES
MAIS SOBRE O URTIGA
NOTÍCIAS DA AIPA
DOCUMENTOS COLETIVO CONSEMA



DICAS VERDES

UM LOBO CHEIO DE CHARME

(Publicado no URTIGA 167 - abril/junho 2005- pág. 6)




Ele tem fama de mau. Mas é pura lenda. Saiba mais sobre o simpático lobo-guará, mamífero brasileiro ameaçao de extinção. E confira como evitar atropelamentos de animais silvestres nas nossas estradas.


AIPA - vale à pena conhecer, participar, apoiar

inicio desta páginaUM SIMPÁTICO CANÍDEO

Ele é o maior lobo da América do Sul. Mas não é um bicho mau. Também pudera, é parente do cachorro, melhor amigo do homem. Ou seja, o lobo-guará é um canídeo. Esse é nome brasileiro. Pois na Argentina o apelido é Aguaraçú. E, no Paraguai, chamam-no de Lobo de Crina. Os cientistas dizem que ele é o Chrysocyon brachyurus. Tem quem jure que é o mais bonito de todos canídeos.

Quando adulto nosso amigo pode medir quase 1,5 metro e pesar em torno de 23 quilos. Sua pelagem é castanho-avermelhada e as compridas pernas são pretas. Para completar, a ponta da cauda é esbranquiçada. No Brasil, ele era comum no centro-oeste, principalmente Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais. Mas era visto até em São Paulo e Rio Grande do Sul. A vegetação de cerrado é sua casa preferida. Só que pesquisadores também encontraram lobos-guará até nos campos sulinos e áreas desmatadas da Mata Atlântica. Como ele precisa de grandes áreas para viver, em Itu, onde resta uma mancha de cerrado, não se tem notícia dele...

Sua fama de mau tem origem nas histórias infantis e no imaginário popular. Mas, seu lobo-guará é tímido e arredio. Não ataca o Homem. Quando se sente acuado, rosna muito. É verdade que pode atacar galinheiros e rebanhos. Mas isto ocorre porque o Homem invadiu sua casa, que é a natureza.

Acabando com a vegetação e com a fauna, o alimento rareou. Na busca de comida, ele se arrisca a invadir quintais. Aliás, dieta de lobo é variada. Ele come muitos vegetais, pequenas aves e mamíferos que caça à noite. Tem uma frutinha, parente do tomate, que até ganhou o nome fruta do lobo: é muito apreciada por este animal. Rãs e lagartos também o satisfazem.

Este é um lobo solitário. Cada animal vive no que considera seu território. Quando chega o cio, o macho localiza a fêmea pelo olfato, muito apurado. É raro haver disputa entre estes lobos. Os casais encontram-se só para acasalar, mas o macho é um pai responsável, que. Ele ajuda a fêmea a cuidar dos filhotinhos por alguns meses.

A gestação de dona loba-guará dura no máximo dois meses. Nascem dois lobinhos por ninhada. Os pais fazem o ninho num local seguro e cuidam dos pequenos. Mas o casal é prevenido. Para evitar que algum predador cace seus filhos, vivem mudando de lugar. O lobinho também é simpático. Geralmente nasce durante o inverno. Seu pêlo é marrom bem escuro, quase negro. O charme fica por conta da ponta da orelha e da cauda, que são brancas. Só mais tarde muda a cor.

Quando os pequenos estão um pouco crescidos, papai-lobo segue seu caminho e deixa a educação para a loba, que cuida do filhote até que atinja a idade adulta. Isto é, o equivalente à maturidade sexual, por volta dos dois anos. Nosso amigo corre risco de extinção, pois é muito caçado e sua casa na natureza é destruída. (Rede AIPA).



<ALT="participe da AIPA">


inicio desta página

 

NÃO ATROPELE ANIMAIS SILVESTRES

 
 

Você sabia que, das 26 espécies de carnívoros do país, o lobo-guará é uma das maiores vítimas dos atropelamentos nas estradas brasileiras? Segundo dados da Estação Ecológica de Águas Emendadas, no Distrito Federal, de 2004, só na rodovia que margeia esta reserva, mais de 4 lobos-guarás são mortos por ano, por veículos em alta velocidade. É muito, para uma espécie que faz parte da Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.

O professor Flávio Rodrigues, da Universidade de Brasília e da Associação Pró- Carnívoros, apontou 4 causas dos atropelamentos:

  1. excesso de velocidade dos veículos,
  2. falta de sinalização nas estradas,
  3. falta de orientação aos motoristas;
  4. falta de caminhos alternativos para animais.

Para orientar os motoristas, a Pró-Carnívoros preparou uma cartilha com dicas para evitar atropelamento de animais silvestres. Confira algumas:

  • O que fazer para evitar atropelamento de animais?
    Respeite o limite de velocidade ao dirigir, indo ainda mais devagar perto de unidades de conservação (ex: parques nacionais, áreas de proteção ambiental). O cuidado deve ser redobrado nos horários de crepúsculo, quando os animais são mais ativos. Também reduza a velocidade ao passar próximo aos rios, pois bichos são comuns nestes locais.

  • O que fazer ao ver um animal silvestre atropelado?
    Se não for veterinário especializado, não pare na pista. Apenas anote todos dados: local do atropelamento (estrada, quilometragem, sentido da pista, se chovia ou havia neblina), horário, data, espécie de animal que acha que era, se foi você quem atropelou, presenciou o atropelamento ou só viu a carcaça morta. Quando a estrada está sob responsabilidade de uma concessionária, a dica é informa-la imediatamente, pois eles devem socorrer o animal, se estiver ferido, ou retirar a carcaça, se morto (bichos mortos na pista atraem animais carniceiros, o que pode causar novos acidentes).

  • Se, apesar dos riscos, eu decidir parar?
    Caso insista em parar no acostamento, lembre-se: não toque no animal. Se estiver ferido, estará assustado e poderá agredir você. Mesmo morto, pode transmitir doenças perigosas. Se decidir fotografar o animal morto, coloque algo ao lado da carcaça para servir de parâmetro do tamanho (caneta, caixa de fósforos, etc). Depois, envie a foto, com todos dados, para uma associação protetora dos animais, que poderá confirmar a espécie e divulgar o acidente. A Associação Pró-Carnívoros informa que usa as informações para indicar trechos de rodovias com perigo de acidentes com animais.

Fonte e mais informações: www.procarnivoros.org.br

 

<ALT="participe da AIPA">
inicio desta página

PARA SABER MAIS


S

mande seu e-mail
Clique na imagem para mandar seu e-mail
com comentários, críticas, sugestões

voltar


inicio desta página
      Home   => Conheça a AIPA   => Jornal Urtiga    => Índice Urtiga 167