DOCUMENTOS | COLETIVO CONSEMA |
(Publicado no Urtiga 168 - julho/setembro 2005 - pág. 2) |
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João Pinto de Oliveira, presidente do Instituto Educacional Tiago Apóstolo, em São Tiago (MG) escreveu ao Urtiga, pedindo dados sobre trilhas ecológicas. O tema é amplo e as respostas, só uma introdução. | ||||
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O QUE SÃO TRILHAS ECOLÓGICAS? Erra quem disser que são picadas abertas na mata, ou só caminhos divertidos ao ar livre. Podem ser picadas, devem ser prazerosas mas, para especialistas, são atrativos turísticos que ensinam sobre o patrimônio ambiental, cultural, histórico. São estruturadas para ampliar a percepção, curiosidade e criatividade, com vivências práticas que permitem descobrir significados e características do local. Numa trilha ecológica, a natureza vira uma gostosa sala de aula. O percurso pode ser orientado por monitores, ou ter sinalizações de caminhos, e dicas sobre o ecossistema, porque e como protege-lo. Os participantes devem ser incitados a anotar e discutir o que vêem. Dinâmicas devem suscitar questionamentos e a valorização ambiental. Assim, o grupo deixará de ser passivo, tornando-se descobridor ativo do meio natural e agente pela melhorar a qualidade de vida. ONDE E COMO CRIÁ-LAS? Em geral, criam-se estas trilhas em áreas ecológicas. Mas o livro Los Amantes de La Naturaleza ensina que dá para fazê-lo até em praças, onde há inúmeros bichinhos (ex: insetos, aves) e pequenas plantas, em geral não notados. Isso motiva grupos de todas idades. Depois de escolher a área, a turma começa a observar as espécies vivas, em silêncio, para não espantar animais. Devem-se anotar todos detalhes. Fotografia é outro recurso que facilita a discussão das descobertas. O próximo passo é identificar as espécies, com apoio de livros e biólogos do município. Os pontos mais atraentes serão marcados, gerando a trilha (roteiro das próximas visitas). É fascinante observar variações ao longo do ano, como época em que cada espécie de planta floresce, em que aves migratórias são vistas, ou animais se reproduzem (imagine achar um ninho com filhotes de ave, aprendendo a respeitar a espécie, anotando e fotografando em silêncio e sem tocar nada). O livro sugere criar mapas com pontos de referência e, se permitido, construir placas indicativas em locais como a charmosa árvore onde está o ninho da espécie X. QUEM PODE PARTICIPAR? Em princípio, crianças ou adultos, de qualquer formação ou segmento social. Mas cada percurso tem um grau de dificuldade, que pode limitar a participação. MAS COMO ESTRUTURAR UMA TRILHA 'PROFISSIONAL'? Segundo especialistas, a implantação é relativamente barata, mas exige manutenção e fiscalização, sempre. Para escolher o local, fazem-se visitas de reconhecimento, avaliando qualidades ecológicas, o panorama, acessibilidade, necessidade de abrir caminhos, o conhecimento tradicional. Feita a escolha, levantam-se dados sobre flora, fauna, solo, recursos hídricos, problemas ambientais, para definir temas, atividades e grupos-alvo (a quem se destina). Não acabou. É preciso montar a infra-estrutura, formar recursos humanos (valorizando a mão de obra local), produzir materiais de apoio (cartilhas, folders, etc), sempre pensando nos grupos-alvo, e definir a capacidade de suporte (máximo de visitantes por período, para evitar a degradação). Daí, é só criar o cronograma de atividades, divulgar e avaliar resultados, por exemplo com questionários pós-visitas (leia sobre as trilhas da AIPA em Ecos, pág. 8).
Fontes:
'Los Amantes de la Naturaleza',
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