- FESTEJANDO E AJUDANDO O AMBIENTE
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As festas de fim de ano estão aí. Que tal presentear
com um produto da AIPA, contribuindo para seus projetos ecológicos?
Uma opção, é dar uma muda de árvore brasileira
produzida no viveiro da Associação. Também há
camisetas, o Pequeno Guia para o Ecologista Amador e alguns
livros selecionados da Editora Ottoni que - quando comercializados
pela AIPA - gerarão renda para os programas da Associação.
Para mais informações, ligue para 11-3887.2423 (8-13h30),
consulte a seção Produtos
site www.aipa.org.br), ou mande e-mail: aipa@aipa.org.br.
- PESQUEIRO DESTRUÍDO
- Aconteceu em Jundiaí. Victor Antonio Galelli, apaixonado
por pescarias realizou seu sonho de montar um pesqueiro num terreno
que tinha em Jundiaí. Cumpriu todas as normas legais e ambientais.
Mas o sonho durou poucos meses, quando os peixes - tilápias,
carpas, pacus, pintados, cat fishes, traíras - morreram, por
falta de água. Juntos, eles somaram 960 quilos! A lagoa secou
em poucas semanas, quando, acima dela, sem que Galelli fosse avisado,
iniciou-se a construção da empresa de galvanização
B. Bosch, cortando a água que chegava ao seu terreno. Ele chegou
a denunciar o fato aos órgãos ambientais - Cetesb, Daae,
Deprn - no momento em que o fluxo de água começou a
diminuir. A resposta foi: a obra fora aprovada e a empresa comprometera-se
a plantar árvores na Serra do Japi, como compensação
de danos ambientais! Leia reportagem de Nathalia Paccola sobre esta
tragédia na seção <no
site da AIPA - seção documentos, e mande sua opinião.
Caso não tenha acesso à internet, mande uma carta para
Cx. Postal 83, Itu, Cep 13.300-000, que o remeteremos por correio.
- PIRACEMA
- Atenção pescadores! Segue até 28/2/2001,
a proibição de pesca em Mato Grosso. Neste período,
ninguém pode pescar nos rios, lagos e lagoas marginais de Mato
Grosso. A exceção fica para a pesca de subsistência,
permitida para comunidades ribeirinhas tradicionais. Mesmo nesse caso,
há limites: o produto da pesca não pode ser transportado
em veículos, comercializado, superar 5 quilos ou um ser mais
de exemplar por pessoa. A proibição visa garantir a
multiplicação dos peixes: estamos no período
de piracema, quando eles se reproduzem. Neste ano, pela primeira vez,
a Fundação Estadual do Meio Ambiente, Polícia
Militar Florestal e Juizado Volante Ambiental prometeram uma fiscalização
conjunta. A ONG Ecoa lembra que, entretanto, outros problemas permanecem:
é o caso da poluição dos rios e de obras como
a Usina de Manso, que no início do ano geraram grande mortandade
de peixes no rio Cuiabá, sem multa para os culpados.
- CERRADO RECONHECIDO
- Reserva da Biosfera: este é o novo status conferido
pela Unesco, órgão ligado à ONU (Organização
das Nações Unidas) para o Cerrado brasileiro e o Pantanal
Matogrossense. Sinal de alerta: um estudo da Embrapa Solos revelou
que, nas 70% das áreas de cerrado, equivalendo a 40 milhões
de hectares, já são terras degradadas, chegando-se em
alguns pontos ao começo da desertificação. O
Pantanal também sofre ameaças: queimadas, danos causados
pela pecuária e garimpo, e perigo da implantação
da hidrovia Paraguai-Paraná, que pode gerar prejuízos
irreversíveis aos rios, à fauna e flora pantaneira e
aos sítios arqueológicos. A Reserva Biosfera do Cerrado
II abrange área de 2 milhões de hectares, enquanto que
a do Pantanal tem 25 milhões de ha. O título serve como
reconhecimento da importância ecológica, alertando para
que os recursos naturais sejam, sim, aproveitados desde que de forma
sustentável, quer dizer, sem degradar a riqueza natural. (Ecoa)
- LANTERNA
- A América do Sul ocupa a penúltima colocação
mundial nos gastos públicos para cuidar de suas Unidades de
Conservação (UCs). E é o último em número
de funcionários que trabalham nas áreas protegidas.
Os dados foram revelados por Maria Tereza Jorge Pádua, da Funatura
(Fundação Pró Natureza), no 2.º Congresso Brasileiro
de Unidades de Conservação. Segundo ela, na América
do Sul investem-se apenas US$ 0,04 por km2 protegido. Quanto à
falta de pessoal, ela diz que o péssimo desempenho da América
do Sul deve-se ao Brasil. "O Ibama tem 621 funcionários para
monitorar 37 milhões de hectares protegidos. O Parque Nacional
do Jaú é o maior parque nacional do Brasil, com 2,7
milhões de has: é mantido por apenas dois funcionários.
No Pantanal de Mato Grosso, só um técnico fiscaliza
150 mil hectares." Com tão poucos funcionários, fica
difícil cumprir a lei ambiental, que, segundo ela, é
uma das melhores do mundo. Vale lembrar que o Brasil - famoso por
sua biodiversidade - tem só 370 UCs federais e estaduais, protegendo
2,57 % do território nacional. (Ecoa)
- OZÔNIO EM PERIGO
- Num momento em que se discute o Protocolo de Kyoto (ver página
1 desta edição) vale lembrar que a Convenção
de Viena completou 15 anos em setembro. Foi o primeiro protocolo internacional
em prol de outro problema relacionado à atmosfera: o buraco
da camada de ozônio na estratosfera terrestre. Como se sabe,
esta camada é proteção natural para a vida na
Terra, evitando a passagem excessiva de raios ultravioleta, causadores
de doenças como o câncer. Este acordo foi complementado
por outros: Protocolo de Montreal em 1987; de Londres, 1990; Copenhagen,
1992; Viena, 1995 e Montreal, 1997. Com eles, a indústria comprometeu-se
a deixar de produzir os perigosos CFCs (compostos de clorofluorocarbono,
principais responsáveis pelo buraco na camada de ozônio).
Só que HCFCs (hidroclorofluorocarbonos), que substituem os
CFCs, são prejudiciais, mesmo que em menor escala. E há
outra substância perigosa em produção: brometo
de metila (BrMe), veneno usado como agrotóxico, sobretudo na
produção de tomate e morango. Pelos acordos firmados,
só se parará de produzir HCFCs em 2040. O BrMe - já
proibido em vários países pelos efeitos negativos para
a saúde - a eliminação total será em 2015,
prevendo-se exceções, para usos essenciais
- BHOPAL - 16 ANOS
- No início de dezembro comemoramos 16 anos da maior catástrofe
industrial da História, que aconteceu em Bhopal, capital do
estado de Madhia Pradesh, na India. Na noite de 2 para 3/12/1984,
um vazamento de 40 toneladas de substâncias venenosas (Isocianato
de Metila, Cianureto de Hidrogênio e outras), usadas pela Union
Carbide para fabricar agrotóxicos, matou imediatamente 8 mil
pessoas e afetou outras 500 mil, 16 mil das quais morreram nos anos
seguintes. Muitas vítimas ficaram incapazes para o trabalho
e mulheres tornaram-se estéreis. Logo que ocorreu o acidente,
a indústria afirmou que estes gases só irritariam os
olhos e vias respiratórias. E não mostrou como tratar
casos de alta exposição. Por isso vítimas receberam
tratamento inadequado. Segundo o grupo espanhol Ecologistas en
Accion, vários danos ambientais permanecem até hoje,
por exemplo, nas águas subterrâneas contaminadas. E a
indenização às vítimas indiscutíveis
foi ínfima: 90% receberam em torno de 430 dólares (cerca
de 850 reais) e outros 200 mil afetados nem foram indenizados.
- CAVERNAS AMEAÇADAS
- Deu em alguns jornais. A Comissão de Meio Ambiente da Câmara
dos Deputados retirou um artigo do projeto de lei que trata da proteção
das cavernas brasileiras. Este artigo exigia a elaboração
de estudo e relatório de impacto ambiental (EIA-RIMA) para
empreendimentos de grande porte no entorno das cavernas. Espeleólogos,
e outros especialistas sabem que cavernas são sistemas frágeis,
ou seja, sofrem facilmente a destruição. São
patrimônios naturais, onde há espécies únicas
de vegetais e animais. A região do Vale do Ribeira, em São
Paulo, que concentra o maior número de cavernas brasileiras,
é coberta por pura Mata Atlântica.
- ANGRA 2
- Mal foi autorizada pela Cnen (Comissão Nacional de Energia
Nuclear) a operar com capacidade máxima (1309 megawatts), a
usina nuclear de Angra 2 já apresentou falhas. Mesmo assim,
Firmino Sampaio, presidente da Eletrobrás, falou aos jornais
diários da intenção de começar a construir
a usina Angra 3, cujo custo, segundo ele, seria US$ 1,5 bilhão.
Vale lembrar estudo de David Zilberstejn, quando ainda atuava como
professor da Universidade de São Paulo (hoje é do governo
federal), divulgado no Urtiga quando Angra 1 estava em construção:
números provavam que seu custo real foi muitas vezes superior
ao estimado. O problema se repetiu com Angra 2. Usinas nucleares,
como se sabe, apresentam o risco dos acidentes nucleares e produzem
um lixo radiativo, que permanece por séculos.
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