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DESENVOLVIMENTO INTEGRADO SUSTENTÁVELVamos comemorar preservando o ambiente?

(Publicado no Urtiga 142 - janeiro/fevereiro 2001 - pág. 3)

 

Plensar globalmente,
agir localmente?

O Desenvolvimento Integrado e Sustentável
é a nova expressão, baseada nesta idéia
que está sendo usada por planejadores,
de todas as tendências.
Confira.

Desenho premiado no Concurso da Primavera 2000 - Mayara A. Ferreira - 4 serie



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Parece um paradoxo. Quando mais se fala em globalização, mais se defende o desenvolvimento local de comunidades.

Assim, de um lado, há a tendência de criar produtos globais iguais no mundo todo, produzidos do mesmo jeito em qualquer lugar, e consumidos em todo planeta Terra. De outro, as peças artesanais, fabricadas uma a uma por pessoas de pequenas comunidades, continuam muito valorizadas.

Como então pensar o desenvolvimento local, neste contexto? O teórico Augusto de Franco discute o assunto num texto intitulado "Por que precisamos de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável (DLIS)?", onde, para começar, lembra que a denominação DLIS foi oficialmente adotada no Brasil em 1997 pelo Conselho da Comunidade Solidária. Desde então, segundo ele, passou a ser usada tanto por quem enfatiza o papel exclusivo do fator econômico para crescer; como pelos que têm uma visão mais crítica.

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VISÕES DIFERENTES

Segundo Franco, ainda há muitos indivíduos e grupos ligados à velha idéia de crescimento a qualquer custo. É gente que defende que primeiro precisaríamos crescer, para depois a sociedade dividir os ganhos. Para estas pessoas, cada local, ou região, deve simplesmente "se inserir no mercado global", eventualmente para "gerar postos de trabalho".

Acontece que já conhecemos o crescimento econômico espetacular da produção, onde no final há poucos ganhando muito e muitos ganhando quase nada, vivendo super mal.

"Na verdade, o que chamamos de desenvolvimento permanece sendo um mistério", escreve Franco, lembrando que ninguém sabe explicar porque, num dado momento, algumas localidades cujos habitantes viviam na pobreza, dão um salto no processo de desenvolvimento. "Constatamos depois que, quando isso acontece, populações que antes estavam marginalizadas passam a ter acesso à cidadania e aos recursos da vida civilizada moderna".

Cidade desenvolvida, diz ele, é "a cidade boa para se viver e não a cidade grande. País desenvolvido é aquele cuja população tem bem-estar e não aquele cujos habitantes vivem o tempo todo preocupados em se defender dos seus vizinhos, temendo pelo futuro de seus filhos."

Portanto, o desenvolvimento ideal para uma localidade, afirma Franco, é o que busca "melhorar a vida das pessoas (desenvolvimento humano), de todas as pessoas (desenvolvimento social), das que estão vivas hoje e das que viverão amanhã (desenvolvimento sustentável, que preserva o meio ambiente para as próximas gerações)".

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NOVO MODELO

Augusto De Franco nota que existem características regionais que fazem a diferença para o desenvolvimento integrado e sustentável.

Em outras palavras: existem fatores - econômicos, sociais, ambientais, culturais e outros - que podem contribuir para o desenvolvimento local, desde que se saiba usar os potenciais que eles representam.

E mais: ele aposta que o desenvolvimento local é uma questão de sobrevivência para os "pequenos", que só terão chance de competir nos mercados regional, nacional e internacional, sem serem destruídos pela concorréncia, quando trabalharem em cooperação.

Não existe exatamente uma fórmula para alcançar o Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável - DLIS. Mas haveria uma metodologia a seguir, que começa por um diagnóstico realizado com a participação dos diferentes setores da comunidade local. O diagnóstico serve para identificar as potencialidades locais, e as demandas. Com isso, dá para definir programas e ações governamentais e não governamentais para atender estas demandas. Assim se chega a um conjunto de práticas "mais democráticas, mais cidadãs e mais sustentáveis".

Sustentáveis, pois o processo participativo ajudaria a discutir e alcançar novos padrões de produção e consumo que valorizem o uso e a conservação dos recursos naturais, como parte de um objetivo maior, de melhorar as condições de vida das populações (habitação, saneamento, educação, emprego, renda, ambiente). Seria, nas palavras de Franco, uma "agenda positiva de globalização".

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Leia o Urtiga

Obs: Artigo escrito com base no documento DLIS - Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável, de Augusto de Franco.
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que prega justiça no desenvolvimento



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