Cada Programa da Associação foi adaptado à nova realidade. Por exemplo, as mudas do viveiro de árvores brasileiras passaram a ser comercializadas a preços subsidiados, com valores inteiramente revertidos para a manutenção do próprio viveiro, destinando-se uma parcela das árvores aos demais projetos ecológicos da AIPA.
No que se refere à Educação Ambiental, o premiado
Projeto Hortas Escolares Sem Agrotóxicos - que está
de acordo com a recente Política Nacional de Educação
Ambiental - também mudou sua estrutura. As escolas, que recebiam
gratuitamente todos os materiais e orientação, passaram
a ter de providenciar as ferramentas e insumos, além de contribuir
com um valor mínimo, destinado a cobrir pelo menos parcialmente
os custos da orientação pedagógica.
A contrapartida da Associação ultrapassa os serviços prestados: a AIPA está incentivando as instituições a encontrarem parceiros locais (podem ser empresas, associações de pais e mestres, ou outros), dispondo-se a divulgar a parceria em todos materiais de apoio ofertados à escola, inclusive através de releases para a imprensa e a Internet.
Em outras palavras, a AIPA está apostando cada vez mais nas parcerias
locais para viabilizar projetos que visam um futuro melhor para a população.
É, também, o caso do Projeto Cidade Nova, organizado
junto com a Sociedade de Amigos da Cidade de Itu (Saci) e Rotary Club.
Este projeto foi lançado durante o II Arrastão Ecológico
do Bairro Cidade Nova, em setembro último, contando com apoio
de expressivo número de entidades, listadas na última edição
do Urtiga. Após participar, em outubro, de reuniões
com moradores do bairro e professoras, a AIPA preparou um curso de Capacitação
em Horta Orgânica, necessário para a boa continuidade da
proposta (clique aqui para
ler mais sobre esta atividade).
Outra parceria que a Associação está estabelecendo
- que deve resultar num Encontro no final de janeiro de 2000 (data a confirmar)
- é com a Agroecológica, entidade sediada em Botucatu, conhecida
pelo trabalho de divulgação e orientação para
quem pratica ou quer adotar a agricultura orgânica. A Agroecológica
vem buscando - assim como a AIPA - métodos de regenerar florestas
nativas que permitam o uso econômico da terra. Pois hoje duas perguntas
que agricultores fazem são: a) como recompor uma floresta com árvores
nativas, recriando, por exemplo a mata ciliar (que beira e protege os
rios)? b) dá para ter um rendimento econômico desta floresta
que não poderei derrubar? Existem alternativas e a preocupação
é conhecê-las melhor e divulgá-las.
Quanto à área de Comunicação, a grande novidade do ano foi a criação (enfim!) da Home Page da AIPA. Foi viabilizada graças ao esforço de colaboradores e de apoios não em dinheiro, mas em serviços e equipamentos. Hoje, quem clica o endereço www.aipa.org.br encontra dezenas de páginas esmiuçando desde os projetos, até formas de apoiar a Associação: há um formulário para se associar, uma "Vitrine de Produtos", e dicas de como se tornar parceiro da AIPA.
Ainda nos anos 80, pouco tempo após a criação da AIPA, uma música cantada pelo grupo Hanói Hanói (que se desfez no início dos anos 90) alertava: "Quanto tempo ainda nos restará, até 2001 entrar no ar?" A virada de século e de milênio para os cristãos (que de fato ocorrerá com a chegada de 2001), símbolo de um novo tempo que está por vir, parecia longe... mas nem tanto.
Este novo tempo está aí. Em vez de diminuir, os problemas parecem cada vez maiores, como é o caso da água, a cada dia mais escassa (leia a respeito, artigo do presidente da AIPA). É sobretudo através da ação local que estes problemas terão de ser enfrentados, na busca de soluções viáveis. Para tanto, é fundamental usar a parceria e o apoio de pessoas e organizações que tenham o mesmo objetivo de buscar um mundo melhor. Também devem ser aproveitados os instrumentos globais, que estão à disposição. É aí que entra a Internet, também chamada de Super-Estrada da Informação.
Muitos
brasileiros ainda não têm acesso a ela, ou sequer a computadores.
Mas trata-se de um veículo que já chega a uma grande parcela
de pessoas interessadas em um mundo social e ecologicamente equilibrado.
Também atinge os gabinetes dos políticos e os chamados "formadores
de opinião", como a imprensa de todo o Planeta. Sem deixar de lado
o contato pessoal, os outros meios de comunicação, o "corpo
a corpo", a Internet é mais um instrumento para "botar a boca no
trombone", divulgando fatos e incentivando a troca de informações,
para que entremos no século 21 com melhores perspectivas de que
as que temos hoje.
