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Centenas de
milhares de animais
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EXTERMINANDO ANIMAIS x SUICIDIOS AFTOSA - POR QUE MATAR? ENTENDENDO A VACA LOUCA MUITO CUIDADO!!! GENOMA
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I
magens chocantes chegaram aos veículos de comunicação,
com a notícia de que a febre aftosa voltou a atacar criações
na Europa, depois de ter sido erradicada daquele continente. Centenas de milhares
de animais sadios passaram a ser sacrificados na Inglaterra pela simples possibilidade
de contraírem a doença, já que viviam em áreas onde
existiria o vírus transmissor.
Sem destaque, também se noticiou o aumento de suicídios entre proprietários de terra das regiões afetadas. Não é para menos: para quem dedica sua vida à criação de animais, eles representam quase sempre mais de que a fonte de renda para viver. Cria-se um elo emocional. Mais: é preciso muito investimento e acompanhamento dos animais, de geração em geração, para garantir melhorias em produtividade. As conquistas geram satisfação profissional. Tudo isso se perde ao matar um rebanho. Além do mais, os proprietários de terra foram isolados, como se fossem perigosos portadores de uma vergonhosa doença.
Antigamente, o combate à aftosa consistia na vacinação preventiva nas áreas de ocorrência e tratamento dos animais contaminados. Mais recentemente, optou-se por matar espécimes contaminados. Quando se anunciou o procedimento de exterminar grandes rebanhos, mesmo que sadios, divulgou-se uma justificativa aparentemente comercial: na inspeção da carne, não daria para distinguir entre produto contaminado e o vacinado, pois ambos revelariam o mesmo anticorpo contra aftosa. Será que estas medidas tão drásticas em relação à aftosa, adotadas em alguns países europeus, ocorrem pelo trauma gerado com o Mal da Vaca Louca, esta sim, uma doença pouco conhecida, que mata pessoas após muito sofrimento? E o que acontecerá, depois da perda de tantas criações? Como serão repostos os rebanhos?
País onde tradicionalmente não se usam rações animais para alimentar rebanhos, o Brasil tinha focos de aftosa em algumas regiões, mas parecia imune à vaca louca. Só que, no início de fevereiro, surgiu a notícia de foco de scrapie em ovelhas do município de Candói, no Paraná. Logo veio a informação adicional de que o país não estaria comunicando a comunidade internacional sobre cuidados tomados para evitar a entrada da EEB, como as obrigatórias inspeções de animais importados e insumos. A disputa ganhou o tom político, sendo rapidamente amainada, como mostrou um artigo do professor Pedro Felício, sobre a disputa Brasil-Canadá relacionada à prevenção da doença.
A agricultura alternativa também ganha mais mercado, sobretudo quando o objetivo é exportar. No Brasil, pesquisas revelam que o público destes produtos é variado, apesar do preço mais caro (veja matéria das páginas centrais). É hora de recomendar atenção especial para a seriedade de quem produz, certifica e comercializa orgânicos. Afinal, também entre naturais poder-se-á levar gato por lebre.
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