O
palco é uma frondosa paineira toda iluminada pelo sol da manhã.
O cenário tem como pano de fundo, as flores róseas e perfumadas,
o azul do céu e nuvens brancas. Os atores vão logo entrar
em cena. Os espectadores são os pássaros, borboletas, besouros
e toda fauna silvestre. A algazarra dos assistentes é grande, os
atores entram no palco, os tangarás. E o silêncio reina na paineira.
Num galho coberto de orquídeas amarelas, um bando de tangarás
está a dançar e gorjear, executando passos de dança com
perfeição, em uma apoteose de encanto na execução.
Por quase uma hora a dança continua, agora mais ritmada em um
balé magistral, sem o espectador pagar ingresso e sem publicidade
no jornal. Este espetáculo não foi feito pelo homem,
não houve ensaio e nem palco preparado, os tangarás não
aprendem em uma academia e nem tampouco ao som de uma sinfonia. O
homem dançador pode ser substituído, mas o tangará o
pássaro dançador, nunca poderá ser substituído
ou criado. Eles nasceram com a natureza e aprenderam a dançar com
o mestre dos mestres? Eles tiveram Deus como professor.
Obs:
excepcionalmente, ao invés dos textos explicativos sobre animais e plantas
do Brasil, de RedeAIPA, publicamos esta poesia de Joaquim Roberto Araújo.
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