URTIGA
EDIÇÕES ANTERIORES
MAIS SOBRE O URTIGA
NOTÍCIAS DA AIPA
DOCUMENTOS COLETIVO CONSEMA

 


CAMPANHAS ANTI-CONSUMISTAS E A PAZ

(Publicado no URTIGA 155 - março/abril 2003 - pags. centrais)

 



No mundo todo, multiplicam-se iniciativas pela paz. A proposta é não acabar com uma, mas com todas as guerras. Confira!

E-MAIL PARA VOCÊ

MUITAS E CRIATIVAS IDÉIAS PARA TRABALHAR A PAZ

'MELE A GUERRA'

INICIATIVAS BRASILEIRAS

ESPECIAL:

MALES DO CONSUMISMO - POR DAVID SUZUKI

A HUMANIDADE QUER PAZ
DICAS PRÁTICAS, ANÁLISES, ARTIGOS

 

 

filie-se à AIPA e receba o Urtiga em casa inicio desta página


"Olha que legal, hoje de manhã o Renato Machado, do Bom Dia Brasil, falou sobre esse e-mail, pois está dando certo aqui no Brasil. Uma idéia que pode funcionar!! Depois do petróleo iraquiano, quem sabe a flora e reservas da Amazônia, água potável, minérios, quem duvida ?

Na década de 50, os negros americanos do Estados do Sul, como Alabama, Geórgia, Mississipi, etc, só podiam sentar nos bancos traseiros dos ônibus. Um dia uma senhora negra sentou-se num banco da frente e foi agredida e expulsa do ônibus.

No domingo seguinte, o Reverendo Martin Luther King iniciou um movimento de boicote aos ônibus, movimento esse que obteve total adesão dos negros, até mesmo dos outros estados sulistas. Onze meses depois do início do boicote, durante o qual os negros não andaram de ônibus, os políticos, pressionados pelos proprietários das empresas, votaram uma lei que proibia a discriminação racial nos meios de transporte.

Essa é a linguagem que os políticos americanos entendem. A linguagem o 'business'.

Agora, Bush e seu parceiro Toni Blair, da Inglaterra, pretendem invadir o Iraque para apropriar-se de suas reservas de petróleo, da mesma forma que vêm interferindo na política da Venezuela e em todos os demais países, como se fossem donos de tudo.

Está na hora de sairmos de nossa letargia, de nossa indiferença, e começarmos a agir. Nessa linha, propomos um boicote aos produtos americanos.
  • Jogar pedras e quebrar vitrines dos Mac Donald's mundo afora, é fazer o jogo da violência, que é o jogo deles. Basta deixarmos de ir lá. Mesmo porque você evita transformar seu filho num diabético ou ingerir coliformes fecais. Basta ensinar aos nossos filhos que eles podem obter boa comida em outros lugares muito mais saudáveis.
  • Igualmente, quando tivermos sede, não precisamos tomar Coca-Cola. (além de que provoca gastrite, celulite, engorda e você não tem nem idéia do veneno que está ingerindo). Vamos tomar um guaraná ou um chá, que seja produzido aqui.
  • Quando comprarmos um carro, compremos carros franceses, alemães, italianos, coreanos, ou qualquer outro, menos Ford, GM ou Chrysler. Abastecer o carro: Petrobrás, Ipiranga. Shell que é anglo-holandesa, Esso e Texaco, com capital americano, não.
  • Conta em banco: City ou Boston - estamos fora.
  • Remédios, computadores, pasta de dente, roupas de grife, passagem aéreas, qualquer coisa: americana, não!

Aliás, esse remédio já foi experimentado pelos ingleses, na Índia. Lá, o Gandhi liderou a 'resistência pacífica' e, sem violência, obteve a independência de seu país.

Detalhe: não vamos estar criando mais desemprego ao não irmos ao Mac Donald's, ou não tomarmos Coca-Cola, pois estaremos gerando emprego ao consumirmos produtos de seus concorrentes. Apenas, o lucro e os royalties não vão mais para os Estados Unidos.

É hora de começarmos:

1°- repasse essa mensagem a todos os seus conhecidos;
2°- mantenha-se alerta para, quando comprar algo, mesmo no supermercado, não comprar nada de origem americana;
3°- tenha paciência, pois a cada duas semanas estaremos reenviando essa mensagem para lembrá-lo deste compromisso;
4°- confie: em menos tempo do que se imagina mudaremos a postura belicista do Bush;
5°- se você tem amigos em outros países, mande-lhes essa mensagem e peça-lhes que a traduzam e divulguem;
6°- se você tem um site, coloque esta mensagem numa janela pop-up dele.

Finalmente, lembre-se: individualmente, não somos ninguém, mas, como povo e como consumidores, temos o poder em nossas mãos. Então, agora é luta!!!"

inicio desta página

Espalhada por e-mail para um sem-número de internautas, esta mensagem é um dos instrumentos de cidadãos que mostram como a simples atitude do não-comprar, não-consumir, pode mudar o mundo para melhor.

Uma pesquisa na rede mundial de computadores revelará muitas outras ações semelhantes. Alguns sites - criados por indivíduos ou organizações contra a guerra de diferentes países - introduziram listas com os nomes de grandes empresas norte-americanas, para facilitar a identificação, pelo cidadão, dos produtos a serem boicotados.

Outros foram mais longe, abrindo também espaço para depoimentos de gente que aderiu à redução do consumo em favor da paz. É o caso do site adbusters.org, e sua página 'boycott_américa/ letters.html". Num dos testemunhos, o internauta americano Rob conta como reduziu o consumo e ganhou qualidade de vida.

logo-campanha Adbusters"Tirei minha conclusão sobre os EUA, quando mudei para a China" escreve ele em inglês, detalhando a mudança de hábito: "Deixei tudo para trás: meus carros, minha TV com tela enorme, comida de baixa qualidade, ladainhas dos meios de comunicação.", Hoje na China, relata, ele só anda de bicicleta (de segunda mão) ou caminha. Não compra coisas a não ser que realmente precise delas, come comida fresca e saudável, o que o ajudou a perder mais de 50 kg de excesso de peso. "Foi uma decisão difícil. Mas sinto-me livre e mais saudável", finaliza.

Este depoimento remete a campanhas bem anteriores à invasão do Iraque, ensinando que, se os 6,2 bilhões de habitantes humanos da Terra adotassem o padrão de consumo dos países desenvolvidos (e de uma parcela de pessoas dos países pobres ou em desenvolvimento), logo haveria um colapso ambiental, com o esgotamento dos recursos naturais do Planeta. Um prognóstico do cientista Edward O. Wilson ganhou espaço na mídia, ao alertar, com números, que seriam necessários três planetas como o nosso, para que todos pudessem adotar o padrão de consumo médio dos norte-americanos.

Em paralelo, a Sociedade de Conservação da Vida Selvagem (WCS, na abreviação em inglês) em estudo com um departamento da Universidade Columbia, concluiu que apenas 17% da superfície da Terra ainda não tinham sido afetados pelo Homem no ano 2000.

São dados que fortalecem a bandeira do Consumo Sustentável, expressão criada por quem defende que a Humanidade deve saber usar os recursos naturais para satisfazer as necessidades da atual geração, sem comprometer necessidades e aspirações de gerações futuras; mantendo a capacidade do Planeta de fornecer recursos naturais e absorver impactos negativos provocados pela produção, uso e descarte de produtos e serviços criados pelo bicho-homem.


filie-se à AIPA e receba o Urtiga em casa

inicio desta página


MELE A GUERRA

O mesmo site www.adbusters.com traz uma coleção de dicas criativas voltadas a qualquer pessoa, de qualquer país. São dezenas de sugestões em inglês, desde divertidas - como a proposta de usar humor pela paz - até mais engajadas.

que tal trocar o carro pelo verde??? (fonte:adbusters.comEntre os exemplos práticos já em andamento, um pequeno grupo de pacifistas norte-americanos denuncia a voracidade de seu povo por um recurso natural não renovável - petróleo - o que constitui um dos motivos da atual invasão do Iraque. Basta cada americano deixar de rodar 10 km diários com seus carros, para que os EUA não precisem importar o ouro negro do Oriente Médio, reforça a campanha, incitando cada um a fazer sua parte.

Para quem usa moeda estrangeira, trocar dólares por euros (enfraqueceria a moeda norte-americana, retirando parte do poder do país). Escrever mensagens pacifistas em notas de dinheiro, que circulam por muitas mãos. Participar de campanhas pedindo que o presidente Bush, dos EUA, e seu vice-presidente Cheney - principais articuladores do atual conflito - sejam excomungados pela Igreja. Pressionar a ONU e congressistas norte-americanos para que imponham o fim dos conflitos. Apoiar sites que ridicularizam as principais marcas de produtos norte-americanos. Usar a arte - canto, dança, pintura, redações - como instrumentos pela paz, são outras dicas criativas.

Um canadense, Guy Dauncey, também usou parte do site earthfuture.com para listar 101 sugestões práticas que qualquer um pode seguir. Por exemplo, sugere às pessoas que participem de eventos públicos, ou criem seus próprios eventos - convocando amigos, colegas de trabalho ou escola ou/e vizinhos para debates públicos (onde a imprensa seja convidada) - manifestações, mostras de arte pela paz, entre outros. Formar redes de organizações para fortalecer a ação pela paz é uma das propostas adicionais.

fonte: adbusters.comMais idéias. Criar e usar camisetas com mensagens contra a guerra, produzir faixas para colocar na janela ou fachada de casa, escola, ou local de trabalho. Escrever cartas ou mandar e-mails curtos e simpáticos com mensagens de paz para os amigos (ou bem incisivos contra a guerra para governantes dos países que apóiam o conflito).

Boicotar produtos norte-americanos também faz parte da lista de Dauncey, que diz: não queremos só parar com esta guerra, mas com todas as guerras.

Um dos jeitos de fazê-lo, explica, é estreitar relações com pessoas afetadas pelo conflito. Que tal procurar na região imigrantes iraquianos, ou seus descendentes, para saber um pouco mais sobre o país, seu povo, tradições, qualidades históricas e ambientais? Terão estas pessoas parentes ou/e amigos na zona de conflito?


filie-se à AIPA e receba o Urtiga em casa
inicio desta página


INICIATIVAS BRASILEIRAS

"Destruir nosso planeta? Não em nosso nome", anuncia uma animação bilíngüe do site brasileiro Cambito (www.cambito.com.br/paz/no_war.swf).

Com o governo posicionado contra a guerra e a mídia inclinada para a paz, são incontáveis as iniciativas brasileiras contra o conflito no Iraque. Há manifestações, individuais ou coletivas. De empresários que incluem a palavra paz em locais visíveis de suas empresas e na sua publicidade. De escolas, promovendo atividades pela paz. Há mensagens pacifistas ou piadas contra os mandatários da guerra remetidas por e-mail alcançando internautas de todas idades.

Já incluído na seção Educação Ambiental do site da AIPA, uma destas mensagens, que ensina atividades para pais e educadores, como criar coletivamente uma bandeira contendo a frase: A Humanidade Quer Paz. Ou reproduzir e distribuir o texto Sementes da Paz, que reúne pequenas orações pela paz, de acordo com diferentes religiões: budista, cristã, judaica, etc.

"Se alguém quiser enviar alguma mensagem para o Bush, o e-mail é: president@whitehouse.gov. Estou mandando uma mensagem bíblica por dia, só para ele se lembrar de que está fazendo exatamente o contrário... Minha falecida avó, numa circulada da Suécia para a Palestina, me mandou de presente uma bíblia em inglês, que está sendo de grande utilidade para eu encher a paciência do Bush!", informa a ecologista Ana Maria Pinheiro, da União em Defesa da Natureza.

filie-se à AIPA e receba o Urtiga em casainicio desta página

.

LEIA TAMBÉM

CARTA DE DAVID SUZUKI REVELA A ORIGEM DO CONSUMISMO
matéria do Urtiga 155,
traz a tradução de texto do professor canadense David Suzuki, que conta a história do consumismo e discute as consequências ecológicas, sociais e espirituais de nossas escolhas.

COLEÇÃO DE DICAS PRÁTICAS PELA PAZ
dicas para pais e educadores, poesias pela paz, artigos e análises, informações recebidas por internautas, que ajudam a conhecer mais.

 

VOLTAR


mande seu e-mail
Clique na imagem para mandar seu e-mail
com comentários, críticas, sugestões

inicio desta página
      Home   => Conheça a AIPA   => Jornal Urtiga    => Índice Urtiga 155