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UM DIAGNÓSTICO PARA A
EDUCAÇÃO AMBIENTAL!!

(Publicado no URTIGA 163 - julho/agosto 2004- pág. 3)


 

Conheça as primeiras informações sobre um inédito Diagnóstico de Educação Ambiental para sete estados brasileiros. A apresentação acontecerá apenas em novembro.

ONGS EM BAIXA???

POR TRÁS DOS RESULTADOS

FÓRUM BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

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ONGS EM BAIXA?

Uma surpresa para Vivianne Amaral, secretária executiva da Rede Brasileira de Educação Ambiental (Rebea) e coordenadora do Tecendo Cidadania, projeto encabeçado pelo Instituto Ecoar, de São Paulo.

Avaliando os resultados preliminares de uma pesquisa que revelará o estado da arte da educação ambiental em sete estados brasileiros, ela notou que só no Rio Grande do Sul as Ongs (organizações não governamentais) estão à frente. É o único estado em que elas respondem por mais da metade (53%) das iniciativas, num universo de 158 respondentes.

No estado de São Paulo, a situação é inversa. De 435 questionários entregues, 52% dos respondentes pertencem a órgãos públicos, isto é, órgãos governamentais e o setor de ensino. "Me surpreendi quando os números mostraram que os órgãos públicos estão na linha de frente nas ações de Educação Ambiental, na maioria dos estados", diz ela, comentando que, no território paulista, o setor empresarial ficou com 16% da participação (talvez pelo crescimento das consultorias), e as ONGs com apenas 14%.

No Pantanal Matogrossense (MT e MS), terceiro campo da pesquisa, também, predominaram as instituições públicas, com 66% de participação, contra 22% de Ongs. Avançando nos detalhes, os paranaenses revelam que, no Estado, educação ambiental envolve mais o ensino fundamental (cerca de 29%). Em seguida, vêm órgãos do governo (27%) e, por fim, as Ongs (20%).

Os dados preliminares já indicam a maior demanda dos educadores: eles querem capacitação em educação ambiental. E houve pedidos para que a capacitação também atinja formadores de opinião. Financiamento de projetos de "EA" é outra grande carência. "Nos orçamentos de órgãos públicos - de educação ou da área ambiental - raramente há previsões de verbas para educação ambiental, apesar da sua obrigatoriedade em todos níveis de ensino".

Mau sinal. Em São Paulo, um dos estados mais avançados neste setor, 21% dos exemplos citados pelos respondentes são de sensibilização. Para a secretária do Rebea, isto denota um estágio muito inicial no processo. Água e lixo são dois temas recorrentes no estado, mencionados por educadores de escolas, comunitários e de empresas (único segmento que também citou agricultura orgânica e saúde).

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POR TRÁS DOS RESULTADOS...

O levantamento dos dados para o Diagnóstico de Educação Ambiental em 7 estados foi feito por quatro redes de educação ambiental: Reasul (rede dos 3 estados sulinos); Repea (rede paulista); Aguapé (do Pantanal - MT e MS), e Raea (Acre). Trata-se de um projeto realizado com apoio do Fundo Nacional do Meio Ambiente (vinculado ao Ministério do Meio Ambiente), que na verdade é mais amplo. Enquanto dados eram levantados, cada Rede de "EA" investia para otimizar sua estrutura.

O diagnóstico deve estar pronto em novembro, para apresentação no V Fórum Brasileiro de Educação Ambiental (ver Box). E suas informações devem alimentar o Sistema Brasileiro de Educação Ambiental (Sibea), banco de dados governamental disponibilizado ao público nos sites dos ministérios do Meio Ambiente e da Educação.

Isabel Carvalho, docente Universidade Luterana do Brasil, está trabalhando para consolidar os dados. Em julho, ela se reuniu com representantes de cada rede em São Paulo, discutindo as informações levantadas nos estados.

Um dos pontos, diz ela, é a diversidade das respostas. No caso do Acre - onde as instituições públicas predominam nas ações de Educação Ambiental - houve preocupação em relacionar as 185 atividades, realizadas por sete instituições de 11 municípios. Em outros estados, a opção foi detalhar programas e projetos. Para o diagnóstico, diz ela, cada rede está trabalhando na uniformização dos dados.

Definindo um diagnóstico como retrato de um momento, a docente prevê que será importante dar novos clics, periodicamente, para acompanhar a evolução.

Tecnicamente, prossegue ela, trata-se de uma pesquisa exploratória, primeira tentativa sistemática de realizar um levantamento mais abrangente do estado de arte da Educação Ambiental. Os resultados são significativos, apesar de não ter havido ainda preocupação em dar um caráter amostral, ou seja, garantindo a proporcionalidade de 3 a 5% do universo total desejado.

Ainda com os primeiros dados na mão, ela já levanta algumas hipóteses. Por exemplo: os estados de São Paulo e Rio Grande do Sul se destacaram no número de educadores ambientais e especialistas na área. Uma explicação, sugere Isabel, pode estar no número de cursos de EA, maior nestes estados. No território gaúcho, exemplifica, está o primeiro mestrado strictu senso em Educação Ambiental, criado há dez anos.

As informações, ou até falta de algumas, diz ela, revelam a necessidade de aprofundar discussões sobre Educação Ambiental. Por exemplo, sabemos que as instituições públicas predominam, no desenvolvimento de EA. Mas percebemos que elas desenvolvem principalmente atividades, e não programas estruturados. Será que uma das causas não seria falta de recursos? Ela aposta que a divulgação do Diagnóstico estimulará este tipo de discussão...

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FÓRUM DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A apresentação final do Diagnóstico de Educação Ambiental deve acontecer em novembro, em Goiânia (GO), aos participantes do V Fórum Brasileiro de Educação Ambiental. Trata-se do primeiro evento com este caráter desde 1997, ano da promulgação da lei 9795, que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental. A criação de um Comitê Gestor interministerial, último requisito para que a lei entrasse em vigor, foi em 2003. Se em 1997 houve 2,7 mil participantes, agora são esperados até 5 mil...

A organização é da Rede Brasileira de EA (Rebea - formada pela articulação de 16 redes de educação ambiental no país), em parceria com os Ministérios da Educação e do Meio Ambiente, governo estadual de Goiás e prefeitura de Goiânia.

Também no V Fórum, haverá a última consulta sobre o Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA). Formulado pelos setores de educação ambiental dos ministérios de Educação e do Meio Ambiente, este documento será a referência de planejamento e implementação de ações de órgãos governamentais.


PARA SABER MAIS:

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Obs: Silvia Czapski, autora desta matéria, participou do encontro sobre Diagnósticos de EA em São Paulo, como convidada para integrar a assessoria de comunicação do V Fórum Brasileiro de Educação Ambiental

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