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Concurso da Primavera 2001!!!

PRIMAVERA 2001
CATEGORIA ESCOLA AGRÍCOLA

TEMA: BIODIGESTORES

(publicado no Urtiga 147 - novembro/dezembro 2001)


ENERGIA E
MEIO AMBIENTE
 


1º LUGAR - REDAÇÃO - EQUIPE: GIVALDO, JAIR, J. ERCÍLIO, NORMA, RAFAEL 

 2º LUGAR - REDAÇÃO - EQUIPE: ANDERSON, DIEGO, GELSON, TULIO

1º LUGAR - MAQUETE - EQUIPE: ADRIANA, FÁBIO, FERNANDO, RODRIGO, RODOLFO

 2º LUGAR - MAQUETE - ANGELA, DANIELA, MIRIAN, MARILEN, PATRÍCIA

 MENÇÃO HONROSA - MAQUETE - LETÍCIA SPINARDI

 


1º LUGAR - Equipe:
Givaldo, Jair, José Ercílio, Norma, Rafael

"O PODER DO BIODIGESTOR"

modelo chines de biodigestor

 

"Transformando matéria orgânica em gás combustível e em fertilizante, o biodigestor é uma opção valiosa para o aproveitamento de dejetos e restos de cultura nas propriedades rurais, mas ainda é sub-utilizado no país. Utilização do equipamento está ligado à agregação de valor e ao saneamento ambiental"
Fonte: Biodigestores – "Energia, fertilizante e saneamento - tecnologia química para a zona rural", Ícone Editora – Coleção Brasil São Paulo, 1993

É muito simples, trata-se, basicamente, de uma câmara fechada onde a biomassa é fermentada anaerobicamente, e o biogás resultante é canalizado para ser empregado nos diversos fins.

O biogás é produzido no interior da câmara pelo processo chamado fermentação, o mesmo usado para fabricar vinho, cerveja, vinagre e outras substâncias. Para realizar esse trabalho as bactérias precisam de oxigênio, são aeróbias. Há ainda bactérias anaeróbias, que só trabalham na ausência de oxigênio, estas sobrevivem nos intestinos dos animais, responsáveis pela fermentação dos excrementos, produzindo o metano como subproduto desse processo.

O biodigestor funciona a partir do trabalho das bactérias anaeróbias. Além de produzir gás, ele limpa os resíduos não aproveitados de uma propriedade agrícola, gera fertilizantes, considerado por alguns, como poço de petróleo, uma fábrica de fertilizantes, uma usina de saneamento, unidos num só equipamento. Os dejetos animais são o melhor alimento para biodigestores pois já saem dos seus intestinos carregados de bactérias anaeróbicas. Dejetos humanos também produzem biogás.

Biogás é uma mistura do metano, gás carbônico e outros gases em menor quantidade. O biogás pode ser utilizado para fazer funcionar motores, geradores, moto picadeiras, resfriadores de leite, aquecedores de água, geladeiras, fogões, lampiões, lança-chamas, aquecedores para pintos e leitões, substitui GLP (gás liquefeito de petróleo) na cozinha.

Adaptando em alternador, um regulador de voltagem e uma bateria de 12 volts à linha de gás, faz funcionar televisor, liquidificador ferro de passar, portanto é importante no meio rural.

Para produzir um metro cúbico (m3) de biogás é necessário: 25 kg de esterco fresco de vaca; ou 5 kg de esterco seco de galinha; ou 12 kg de esterco de porco; ou 25 kg de plantas ou cascas de cereais; ou 20 kg de lixo.

O Brasil possui uma biomassa das mais exuberantes e de um dos maiores rebanhos bovinos do mundo, mas só despertou para os biodigestores depois dos "choques do petróleo".

Países ricos e pobres, dos quatro continentes, utilizam hoje em maior ou menor escala, o biodigestor como fonte de energia e fertilizante. Mas é de países pobres, em luta secular contra a fome e o excesso populacional, que vemos fascinantes experiências com o biodigestor: China comunista e Índia, extremamente pobre e faminta, carente não só de alimentos mas também de energia.

Na China, existem mais de oito milhões de biodigestores em funcionamento, 300 mil na Índia. No Brasil, Segundo a Embrapa, nos anos 90 eles não chegaram a 8 mil.

 


Os modelos chinês e indiano

As diferenças entre modelos chinês e indiano de biodigestores não são expressivas. O detalhe se refere à cúpula do gasômetro, região onde fica armazenado o biogás gerado pela fermentação. O biodigestor indiano tem cúpula móvel de metal. O chinês, uma cúpula fixa, de alvenaria.

detalhe- modelo chines

No modelo indiano, a cúpula vai subindo em torno de uma guia de metal, à medida que se enche de gás a cúpula funciona como gasômetro. Seu peso acaba imprimindo certa compressão ao gás estocado. Esta compressão pode ser aumentada por fixação de pesos especiais na cúpula de metal. Através desse sistema, imprime-se maior pressão quando for necessário aumentar a velocidade da saída do gás.

esquema do modelo indiano

No modelo chinês a cúpula é fixa, de alvenaria, guarnecida por uma espécie de válvula, composta por uma tampa e pressionada por um depósito de água. A característica desse modelo exige que se esgote o gás com mais freqüência, a fim de evitar o desperdício.


Biodigestor de Batelada

O biodigestor de batelada é modelo simples, próprio para produções pequenas de biogás. Trata-se de um tanque de alvenaria, metal ou fibra de vidro, o qual é carregado, fechado e, depois de 15 a 20 dias de fermentação, começa a produzir biogás. A produção continua 20 dias ou mais. Cessando a fermentação, o biodigestor de batelada é aberto descarregado, limpo e carregado de novo, reiniciando o processo.

Interessante é ter duas unidades. Quando um biodigestor começa a produzir, o outro é carregado. Quando acaba o biogás de um, o outro já começa a produzir


PE-02 A experiência Nordestina

O Nordeste brasileiro é considerado pelos técnicos uma região excelente para o emprego de biodigestores, em função de seu clima. O calor favorece o desenvolvimento das bactérias que realizam a fermentação. Lá, um biodigestor capaz de processar 10 m3 de biomassa, por ex., produz 6,7 m3 de biogás / dia, em media. Na região Sul, clima frio, as bactérias trabalham mais lentamente.

O PE-02 – biodigestor desenvolvido pelo engenheiro agrônomo Jaime Germano do Nascimento, coordenador do Sistema Energético Integrado da Emater / Pernambuco.

É um projeto intermediário entre o biodigestor chinês e o indiano. Embora funcione totalmente enterrado no solo chinês, ele mantém uma pressão de gás constante, como o indiano. Sua construção é mais simples que a do chinês, e não exige impermeabilização.

A estrutura de ferro do gasômetro, modelo indiano, foi substituída no PE-02 por uma caixa de amianto impermeabilizada. Ela pode funcionar tanto com carga contínua (diária) quanto semicontínua e descontínua (quando é carregado e descarregado de uma só vez). O sistema semicontínuo é útil aos produtores que possuem poucos animais, exigindo uma caixa de carga pequena. No PE-02, idealizado para trabalhar em sistema descontínuo, dispensa-se inclusive a caixa de carga. A entrada do material é feita diretamente na "boca do biodigestor".

"O biodigestor indiano não trabalha com capim. Já o modelo chinês utiliza capim apenas em carga descontinua, tipo batelada. Já o PE-02 pode funcionar naturalmente com os capins camerum, elefante e baronesa, além de cascas, restos de frutas, verduras e esterco". O capim, nas condições do Nordeste, é altamente produtivo: uma tentativa chega a produzir 210 m3 de gás, contra apenas 40 m3 produzidos pela mesma quantidade de esterco. Pesquisas estão sendo realizadas com capins braquiárias e colonião, bem como do sorgo e do esterco de caprinos e ovinos, abundantes no Nordeste.

O PE-02 encontra-se em fase avançada de testes e já começa a ser construído em algumas propriedades rurais nordestinas. Importante opção daquelas regiões.

Cálculo de biogás para família de 5 pessoas

(cozimento, iluminação e uso de motor)

5 pessoas x 0.23 m3 de gás

1,15 m3

2 lampiões x 0,12 m3 de gás x 3 horas (funcionamento)

0,72 m3

1 motor de 9HP x 0,40 m3 de gás x ½ hora

1,80 m3

Subtotal

3,67 m3

Acréscimo eventual de 10%

0,36 m3

Total de consumo / dia

4,03 m3

 


Biofertilizantes: um adubo insuperável

"(...) O que mais interessa é divulgar o biofertilizante como substituto vantajoso dos adubos e defensivos industriais." (...) "O biofertilizante que resulta do biodigestor é um maná" – engenheiro agrônomo alemão Ralph Wagner RS (Brasil)

Em Minas Gerais, o pesquisador Ivanildo Marriel do Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo (CNPS), em Sete Lagoas, triplicou a produtividade do milho conjugando biofertilizantes produzidos pelos biodigestores com a adubação química. De quebra, descobriu que o solo tratado com o resíduo do biodigestor perdeu todo o alumínio tóxico produzido pela acidez. A Embrapa-Goiânia também dobrou a produtividade do arroz-de-sequeiro, com a aplicação de 8 toneladas de biofertilizantes por hectare. O gás carbônico que resulta do processo e biodigestão poderia ser engarrafado, vendido como matéria prima para empresas fabricantes de extintor de incêndio.

Cuidados básicos com os biodigestores

* Para construir um biodigestor, avalie o tipo de criação que há na propriedade, o total de dejetos, o potencial de produção de biogás e a demanda por biofertilizante. Consulte sempre um profissional especializado de começar seu projeto.

* Se o estudo apontar para um biodigestor de fluxo contínuo (indiano, chinês ou tubular), lembre-se de que o abastecimento de matéria orgânica precisa ser diário, sob pena de não haver biogás disponível regularmente.

* Observe qualquer alteração no manejo dos animais que eventualmente possa impedir a utilização do esterco para obtenção de biofertilizante (aplicação de antibióticos ou outros medicamentos, por exemplo).

* Os dejetos colocados na caixa de entrada do sistema devem ter cerca de 8% de material sólido, para não entupir tubulações e para que o processo de fermentação se desenvolva corretamente. Para isso, o esterco é misturado com água e muito bem homogeneizado, evitando a formação de "pelotas".

* O teor de umidade dos dejetos varia conforme a espécie, o manejo, o tipo de alimentação, etc. De forma geral, entretanto, o estrume de bovinos deve ser diluído na mesma quantidade de água (1 litro para cada quilo de esterco); o de suínos, em duas partes de água, e o de aves, em três. Isso tudo levando-se em conta estrume seco, do tipo que pode ser recolhido com pá.

* O biodigestor precisa ser submetido a uma manutenção em média a cada três anos, com checagem de toda a estrutura, repintura do gasômetro (se for metálico) e remoção da areia que se concentra no fundo, ingerida pelos animais junto com capim ou rações e que é eliminada com as fezes.

Equipe: Givaldo, Jair, José Ercílio, Norma Cardoso Ramos, Rafael
ETE Martinho di Ciero - Itu

 
 
 
 
 
 
 
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2º LUGAR - Equipe: Anderson, Diego, Gelson, Tulio

"BIODIGESTOR"

 

protótipo do biodigestor

O significado da palavra pode ser novo ao conhecimento do homem, mas para os dias de hoje e pensando no futuro e na preservação do meio ambiente, pode-se dizer que, empregando pouco capital, conseguimos resultados importantes na fertilização das plantas, usando meios naturais que, além de serem bons às plantas eleva a qualidade de vida do homem.

A China é o país que menos utiliza agrotóxicos nas suas plantações e o motivo é muito simples: a utilização do biofertilizante. Assim, o biodigestor é um dos equipamentos mais importantes numa fazenda que busca a auto-suficiência. Primeiro porque produz um gás natural chamado biogás, segundo porque fornece adubo de primeira qualidade, o chamado biofertilizante e terceiro porque esse biofertilizante também é inseticida. Ele é um adubo completo, conferindo essa imunidade para os vegetais.

Para maior nitidez destes fatos, podemos mencionar uma receita utilizada em nossa área de plantio na escola. Utilizando-se de 10 litros de esterco de gado e fazendo uso do biodigestor caseiro, sobre o qual apresentaremos projeto de construção, utilizamos uma lata de 20 litros e misturamos a este esterco 2 copos de esterco de galinha, 2 copos de açúcar e água até faltar 2 dedos para completar a lata. Misturamos bem e deixamos curtir por 5 dias. Está pronta a porção mágica para ser utilizada em hortaliças que se desenvolverão livres de pragas e de agrotóxicos.

Discutindo em grupo sobre a simplicidade desse método utilizado pelos orientais - que rende frutos tanto ao grande como ao pequeno e médio produtores - concluímos que, muitas vezes por falta de conhecimento, perdem dinheiro e tem medo de "inovar", pois com o uso deste biodigestor estaria ampliando sua capacidade de progredir, sem causar danos à natureza, contribuindo para preservar, assim, a qualidade de vida no planeta.

Para facilitar o entendimento desta nossa análise sobre o biodigestor, temos o prazer e a obrigação de expor o método caseiro de construção do biodigestor feito com materiais rústicos, sem maiores despesas e com grande poder de utilidade.

Equipe: Anderson, Diego, Gelson, Tulio B. de Souza Rodrigues
ETE Martinho di Ciero - Itu

 
 
 
 
 
 
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1º LUGAR - MAQUETE

Equipe: Adriana, Fábio Marion, Fernando Moreira Jr., Rodrigo F. de Oliveira, Rodolfo de Rosso

 

Adriana, Fábio Marion, Fernando Moreira Jr., Rodrigo F. de Oliveira, Rodolfo de Rosso
ETE Martinho di Ciero - Itu

 
 
 
 
 
 
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1º LUGAR - MAQUETE

Equipe: Angela, Daniela, Mirian, Marilen, Patrícia

Angela, Daniela, Mirian, Marilen, Patrícia
ETE Martinho di Ciero - Itu

 
 
 
 
 
 
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MENÇÃO HONROSA - MAQUETE

Letícia Spinardi

Letícia Spinardi
ETE Martinho di Ciero - Itu

 
 
 
 
 
 
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