Os biodigestores são apropriados para serem construídos em pequenas unidades espalhadas pelas cidades e pelo meio rural. Há projetos de construção de biodigestores em grandes cidades, mas eles não conseguem reciclar todo o lixo de uma gigantesca metrópole. Para tal, são necessárias centenas ou até milhares de usinas de biogás, de biodigestores.

Tais equipamentos podem vir a constituir uma excelente alternativa para as principais fontes de energia. Em vez de aumentarem a poluição, eles ajudam a resolver o problema ocasionado pela existência do lixo, além de resolverem, também, o empecilho de saneamento da propriedade, erradicando o mau cheiro, a proliferação de moscas e diminuindo a poluição dos recursos hídricos.

Dos processos da fermentação anaeróbica no biodigestor, resultam as seguintes substâncias:

• biofertilizante (excelente adubo agrícola)
• biogás (com várias utilizações energéticas)

BIOFERTILIZANTE:

O biofertilizante é o efluente dos biodigestores. Um excelente adubo orgânico, que resulta da fermentação anaeróbica da matéria orgânica ao produzir biogás. Pode ser líquido (com assimilação mais rápida pelas plantas) ou sólido.

Não é um adubo orgânico qualquer. Ele é tido como de alta qualidade pela sua constituição e composição.

A matéria orgânica encontra-se bioestabilizada e possui uma porcentagem muito boa de ácido húmico, principal responsável pela estrutura do solo:

* Os nutrientes encontram-se de forma trocável

* A relação carbono-nitrogênio (C/N) é favorável à absorção do nitrogênio;

* Possui três vezes mais nitrogênio do que o melhor composto proveniente de digestão a céu aberto.

O adubo possui uma composição altamente complexa e variável. Por ser um produto fermentado por bactérias, leveduras e bacilos, contém quase todos os macro e micro-elementos necessários à nutrição vegetal. Além disso, já foram evidenciadas as poderosas formas de ação biológica que o biofertilizante possui, tais como fitohormonal, fungistático, bacteriostático, nematecida e acaricida. Age, portanto, como um protetor natural das plantas cultivadas, contra doenças e pragas.

BIOGÁS

Atribui-se o nome de biogás à mistura gasosa combustível, resultante da fermentação anaeróbica da matéria orgânica. Esta mistura é essencialmente constituída por metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2), estando o seu poder calorífico diretamente relacionado com a quantidade de metano existente na mistura gasosa.

Há pouco tempo atrás, o biogás era simplesmente encarado como um subproduto obtido a partir da decomposição anaeróbica (sem presença de oxigênio) de lixo urbano, resíduos animais e de lamas vindas de estações de tratamento de efluentes domésticos. No entanto, apresenta-se aqui como importante alternativa energética, com condições de desempenhar expressivo papel na substituição do petróleo e seus derivados.

A digestão anaeróbica (sob a qual é formado o biogás) é um processo segundo o qual, algumas espécies de bactérias metagogênicas (que atuam na ausência de oxigênio), atacam a estrutura de materiais orgânicos complexos para produzir compostos simples: metano, dióxido de carbono, água, etc., extraindo, em simultâneo, a energia e os compostos necessários para o seu próprio crescimento.

A produção de biogás é naturalmente encontrada em pântanos, aterros, esgotos, entre outros. Em condições normais de produção, ele não é tóxico, devido ao seu baixo teor de monóxido de carbono (inferior a 0,15).