Cartaz

"Eu sei que isso polui. Sei que prejudica a natureza. Sei que demora para decompor. Sei que meus filhos verão esse lixo aqui. Eu tirei 10 na prova de intervenção ambiental. Eu disse que iria fazer a minha parte, etc, etc... Mas a lixeira está tão longe!”

Carta às autoridades:

"Prezados Senhores,

Primeiramente, gostaria de parabenizar a administração ituana pelo excelentíssimo programa de desenvolvimento do turismo rural na cidade de Itu. Esse programa tem um foco muito positivo tratando-se de desenvolvimento econômico e cultural, já que esta cidade tem uma história muito importante para a formação do Estado. E não são todas as pessoas que têm conhecimento disso.

Porém, diante de todo esse progresso, existe o grave problema da poluição. A poluição a que me refiro é lixo mesmo. Tanto na cidade, quanto na nossa região, existem diversas campanhas para acabar com o desmatamento da Mata Atlântica, para combater o desperdício de água, a favor da camada de ozônio, e até para a despoluição dos rios. Mas a questão do lixo parece ter sido esquecida, perdida no tempo.

No princípio, com o surgimento da Comarei (Cooperativa de Materiais Recicláveis de Itu) houve aquele ‘fervo’, aquela agitação com essa idéia. Hoje, o caminhão da coleta seletiva continua passando, mas a intensidade da participação das pessoas diminuiu. Vejo isso, pois estou no 3° ano do Ensino Médio, e atualmente estudo em uma escola agrícola e o lema "jogue lixo no lixo” foi muito divulgado, mas não é praticado. Já passei por algumas escolas da cidade. E em todas elas percebo a mesma coisa. Os jovens sabem toda a teoria do problema com o lixo; se pedirmos uma explicação a qualquer estudante, de escolas públicas ou particulares, o respectivo dará uma ótima aula sobre porque não jogar lixo no chão, porque reciclar, conseqüências negativas e etc.

Mas faça uma pergunta final, olhe nos seus olhos e indague: - Você age de acordo com o que fala?

Alguns podem até dizer: - Ah, na escola, um dia, nós saímos com uma sacola recolhendo o lixo, fiz a minha parte...

Mas que lixo é esse, que existe dentro de uma escola? É o lixo que o próprio aluno joga. Um dia de ‘boa ação’ não significa que uma pessoa tenha feito a sua parte pela vida inteira...isso precisa ser constante. Concordam que, se não existisse lixo no chão, não seria preciso recolhê-lo?

- Ah, não quero tirar o emprego dos garis!

Essa é a pior desculpa que alguém pode dar. Garanto que um gari estaria muito mais feliz se, ao invés de recolher o lixo jogado no chão, pudesse transformá-lo, reciclá-lo da maneira certa. E colaborar com o meio ambiente.

E essa é, por fim, a minha sugestão aos digníssimos governantes da cidade de Itu!

Estimular os jovens a progredir sempre! Fazer uma campanha avassaladora, para que todos tomem consciência que apenas "um dia de conscientização” não pode resolver o problema para sempre. Que essas atitudes têm que ser tomadas diariamente. Se, para isso, for necessário que aumentem o número de lixeiras na cidade, então que seja. Mas a idúia principal se assemelha àquela dos que trabalham com pessoas, aquelas típicas frases de padaria: ‘Servir bem para servir sempre’. Seria: ‘Viver bem, progredir sempre’, para que a cada dia que passe, as pessoas consigam um ambiente melhor, para ter um futuro promissor.

Agradeço desde já a atenção dispensada.”

Lilian

AUTORA: Lílian de Araújo Sartório (17 anos)

ETE Martinho Di Ciero - Itu